“Reaviva a chama do dom de Deus” (cf. II Tm. 1, 6)
por Vinícius Rodrigues SimõesCaríssimos irmãos e irmãs, Graça e Paz! Após recordar a fé que seu discípulo Timóteo possuía – a mesma que recebera de sua avó e de sua mãe -, o Apóstolo Paulo o exorta a reavivar a chama do dom de Deus que ele já havia recebido. Ora, reavivar é aguçar, reativar, despertar, encorajar, fomentar. […]
Caríssimos irmãos e irmãs, Graça e Paz!
Após recordar a fé que seu discípulo Timóteo possuía – a mesma que recebera de sua avó e de sua mãe -, o Apóstolo Paulo o exorta a reavivar a chama do dom de Deus que ele já havia recebido. Ora, reavivar é aguçar, reativar, despertar, encorajar, fomentar. Com efeito, diante dos desafios e adversidades que rodeavam Timóteo, Paulo identifica a necessidade de exortá-lo a recordar a sua própria fé, mantendo-a viva, atuante, expectante; talvez um convite até mesmo a retornar ao primeiro amor. Esta exortação demonstra para nós que mesmo os homens e mulheres de fé, de caminhada e engajados em missão precisam ir continuamente à Nascente das Águas, que é o Senhor Jesus, para não se perderem, para não ficarem à beira do caminho.
Muitas são as motivações para nos distrair, para nos tirar do foco em Jesus, Princípio e Fim de todas as coisas. Muitas são as vozes, os ruídos, as ondas agitadas ao nosso redor e até mesmo em nosso coração. Contudo, aconteça o que acontecer, não podemos tirar os nossos olhos de Jesus. Olhemos para Aquele que É em detrimento de tudo aquilo que não é. Vivamos por Ele e para Ele! Isso é um exercício espiritual a ser feito a cada dia; ninguém é naturalmente treinado para isso. A este propósito, como já acentuamos em nossa última Carta aos Carismáticos, Jesus nos diz que as Suas ovelhas seguem-No, pois conhecem a Sua voz e não seguem os estranhos porque não lhes conhecem as vozes (cf. Jo. 10, 4-5). Isto é muito significativo: as ovelhas devem ter os ouvidos espirituais treinados para distinguir a Voz do Pastor em meio a tantas vozes estranhas e até mesmo semelhantes à Dele. Do contrário, corremos o risco de esmorecermos, de desanimarmos, de pararmos diante das decepções, de desperdiçarmos, enfim, a graça de Deus.
Diante das situações que se nos apresentam no cotidiano e, sobretudo neste tempo, às vezes olhamos para a esquerda e para a direita, para frente e para trás e não encontramos alento, solução, motivo de esperança. “Cessou a alegria dos corações, as danças se converteram em luto” (Lm. 5,15). O que devemos fazer? O Salmo 120 nos responde: “Para os montes levanto os olhos: de onde me virá socorro? O meu socorro virá do Senhor, criador do céu e da terra” (Sl. 120, 1-2). Olhemos para o Alto, para o Senhor! Voltemo-nos a Ele para que sejamos salvos, pois Ele é Deus e é o Único (cf. Is. 45, 22). Sustentemos a louvação! O louvor nos remete novamente à centralidade em Cristo, desarma os inimigos ao nosso redor, reaviva o coração.
É muito interessante lermos as exortações que Jesus faz às Igrejas da Ásia, narradas no início do Livro do Apocalipse. Ali Ele reconhece algumas virtudes de cada uma daquelas Igrejas, assim como denuncia os erros, as distrações, os desvios de rota, exortando-as a que se corrijam. O curioso é que ao final de cada mensagem o Senhor faz uma promessa maravilhosa “ao vencedor”, isto é, àquele que tiver lutado contra as distrações, contra as seduções deste mundo, àquele que se mantiver fiel à Voz do Pastor. Trata-se, em verdade, de um combate espiritual a ser travado diariamente. Por isso São Paulo nos exorta: “Corramos com perseverança ao combate proposto, com o olhar fixo no autor e consumador de nossa fé, Jesus” (Hb. 12, 1b).
Recorramos, pois, à materna intercessão de Nossa Senhora de Pentecostes para que sejamos fieis no combate proposto, sempre fazendo tudo o que Jesus disser (cf. Jo. 2,5 – milagre das Bodas de Caná)!
Veni Sancte Spiritus!
Vinícius Rodrigues Simões
Presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL
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