02/10/2015

Que a saudade de Deus nunca se apague em nós, diz Papa

por Da redação, com Rádio Vaticano

Papa Francisco celebrou, na manhã desta quinta-feira, a festa de Santa Teresinha

Papa Francisco celebrou, na manhã desta quinta-feira, a festa de Santa Teresinha

Da redação, com Rádio Vaticano

A alegria do Senhor é a nossa força, n’Ele encontramos nossa identidade. Essa é uma das passagens da homilia do Papa Francisco, na missa celebrada na manhã desta quinta-feira, 1º, na Casa Santa Marta, na festa de Santa Teresa de Lisieux, particularmente cara a Jorge Mario Bergoglio.

O povo de Israel, após longos anos de deportação, retorna a Jerusalém. O Papa iniciou sua reflexão a partir da primeira leitura, tirada do Livro de Neemias, para falar sobre o que dá substância à identidade do cristão. O Pontífice recordou que, também nos anos na Babilônia, o povo sempre se recordava da própria pátria. Após tantos anos – observou – chega finalmente o dia do retorno, da reconstrução de Jerusalém e, como narra a primeira leitura, Neemias pede ao escriba Esdras para ler diante do povo o Livro da Lei. O povo “estava alegre, mas chorava, e ouvia a Palavra de Deus; tinha alegria, mas também o choro, tudo junto”.

Francisco explicou que o povo não somente havia encontrado sua cidade natal, mas, ao ouvir a Lei, havia encontrado algo muito mais importante, sua própria identidade, por isso estava alegre e chorava.

A alegria do Senhor é a nossa força

“Mas chorava de alegria, chorava, porque havia encontrado a sua identidade, havia reencontrado aquela identidade que com os anos de deportação havia se perdido um pouco.” O Papa ressaltou as palavras de Neemias: “Não vos entristeceis, porque a alegria do Senhor é a vossa força”. Francisco lembrou que, muitas vezes, nossa identidade se perde no caminho e precisamos reencontrá-la. “Perde-se em tantas deportações ou autodeportações nossas, quando fazemos um ninho aqui, um ninho lá… um ninho, não a casa do Senhor.”

Somente em Deus encontramos nossa verdadeira identidade

Francisco explica como pode acontecer esse reencontro: “Quando você perdeu o que era seu, a sua casa, veio essa saudade, e essa saudade levou você de volta para sua casa”. E acrescentou: “Esse povo, com esse desejo, sentiu que era feliz e chorava de felicidade por isso, porque a saudade da própria identidade o levou a encontrá-la. Uma graça de Deus”.

O Papa deu um exemplo: “Se nós estamos cheios de comida, não temos fome. Se estamos confortáveis, tranquilos onde estamos, nós não precisamos ir para outro lugar. E eu me pergunto, e seria bom que todos nós nos perguntássemos hoje: “Eu estou tranquilo, feliz, e não preciso de nada – espiritualmente falando – no meu coração? A minha saudade se apagou? Olhemos para esse povo feliz, que chorava e era feliz. Um coração que não tem saudade não conhece a alegria. E a alegria, precisamente, é a nossa força: a alegria de Deus. Um coração que não sabe o que é a saudade não pode fazer festa. E todo esse caminho que começou há anos termina em uma festa”.

O Papa lembrou que o povo regozijava-se com alegria, porque tinha “entendido as palavras que haviam sido proclamadas a ele. Havia encontrado aquilo que a saudade lhe fazia sentir e seguir em frente”. E concluiu: “Vamos nos perguntar como é a nossa saudade de Deus: estamos contentes, estamos felizes assim ou, todos os dias, temos esse desejo de seguir em frente? Que o Senhor nos conceda essa graça: que nunca, nunca, nunca se apague em nosso coração a saudade de Deus”.

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