Papa – Multipliquemos as obras da cultura do acolhimento
por http://www.news.va/pt/news/papa-multipliquemos-as-obras-da-cultura-do-acolhim“Como gostaria que nós, como cristãos, fôssemos capazes de permanecer ao lado dos doentes à maneira de Jesus, com o silêncio, com uma carícia, com a oração” – disse o Papa no Hospital Pediátrico Prokocim, em Cracóvia, onde denunciou a cultura do descarte que polui as sociedades e de que são vítimas precisamente as pessoas […]
“Como gostaria que nós, como cristãos, fôssemos capazes de permanecer ao lado dos doentes à maneira de Jesus, com o silêncio, com uma carícia, com a oração” – disse o Papa no Hospital Pediátrico Prokocim, em Cracóvia, onde denunciou a cultura do descarte que polui as sociedades e de que são vítimas precisamente as pessoas mais fracas, mais frágeis, “uma crueldade” – frisou Francisco. É pelo contrário bom – afirmou – a atenção, o acolhimento, o trato que se dá neste Hospital aos mais pequeninos. Hospital que o Papa visitou na tarde desta sexta-feira, pois que – disse – não podia vir a Cracóvia e não saudar os pequeninos pacientes deste Hospital.
Com palavras cheias de amabilidade e ternura, o Papa lamentou não poder parar um pouco com cada uma das crianças, abraçá-las uma a uma, “ouvir nem que fosse só por um momento cada uma de vós e juntos, guardar silêncio perante certas perguntas para as quais não há resposta imediata. E rezar”.
Francisco recordou depois que o Evangelho nos mostra várias vezes Jesus que encontra os doentes e como uma mãe perante o filho doente, fixa-os com compaixão. É este o modelo que o Papa propõe aos cristãos. E foi isto que viu no Hospital Pediátrico de Prokocim. Agradeceu, por ser isto, a seu ver, um sinal de amor, sinal duma verdadeira civilização humana e cristã: “colocar no centro da atenção social e política as pessoas mais desfavorecidas”. Infelizmente – prosseguiu, por vezes as famílias vêem-se sozinhas a cuidar dos mais frágeis. Que fazer? – perguntou-se, lançando desse lugar de amor concreto o convite a multiplicar “as obras da cultura do acolhimento, obras animadas pelo amor cristão, amor a Jesus crucificado, à carne de Cristo”.
“Servir com amor e ternura as pessoas que precisam de ajuda, faz-nos crescer, a todos, em humanidade; e abre-nos a passagem para a vida eterna: quem cumpre obras de misericórdia não tem medo da morte” .
E concluiu encorajando e pedindo bênçãos e ajuda de Deus para quantos fizeram do convite evangélico a “visitar os doentes”, uma opção pessoal de vida: médicos, enfermeiros, todos os profissionais da saúde, assim como os capelães e os voluntários, sem esquecer as religiosas, quantas religiosas dedicam as suas vidas aos doentes” tanto nesse hospital como em qualquer outra parte do mundo. “E que Ele vos recompense, dando-vos a serenidade interior e um coração sempre capaz de ternura” – rematou.
Á sua chegada o Papa foi acolhido, no Átrio do Hospital, pela Primeira Ministra, Srª Beata Szydlo e pelo Director do Hospital. Ali estavam também reunidas 50 crianças doentes. Depois de dirigir a palavra aos Presentes, agradecendo à Primeira Ministra pelo acolhimento, deteve-se alguns momentos, acariciando as crianças e, seguidamente, visitou de forma privada algumas repartições do hospital acompanhado pelo director e alguns pais de pequenitos hospitalizados. A terminar a visita o Papa deteve-se em oração silenciosa perante o Sacrário na Capela, onde foi acolhido pelo capelão.
O Hospital Universitário de Prokocim é o maior hospital pediátrica do sul da Polónia. Atende anualmente cerca de 30 mil crianças em regime de internamento e umas 200 mil em ambulatórios. A sua construção iniciou sob os auspícios da diáspora polaca nos Estados Unidos, enquanto que o seu ulterior funcionamento foi apoiado pelo Governo daquele país americano. Nos seus cinco decénios de vida, o Hospital já curou mais de 900 mil pacientes e esteve na vanguarda, por exemplo, nas operações de separação de gémeos siameses, no tratamento de queimaduras e de deficiências cardíacas em crianças.
O Hospital foi visitado a 13 de agosto de 1991 pelo Papa João Paulo II, algumas relíquias dos quais estão conservadas na Capela, onde, para além da Missa quotidiana para as crianças e seus parentes, pessoal do hospital e estudantes, há também a adoração eucarística permanente. A capelania e os cuidados pastorais estão confiados aos padres dehonianos e é desde 1995 que o capelão é o P. Lucjan, galardoado em 2010 com “A Ordem do Sorriso” e com o título de “Samaritano da Misericórdia” pela sua actividade com as crianças. Ele é ajudado desde 2003 pela irmã Bozena Leszczynska.
(DA)
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