10/02/2016

Papa a Missionários da Misericórdia: pecadores sintam que a Igreja é mãe

por Boa Semente

Cidade do Vaticano (RV) – Os confessores cubram os pecadores “com o manto da misericórdia”: foi a bela imagem que o Santo Padre usou na audiência na tarde desta terça-feira (09/16), no Vaticano, falando aos sacerdotes Missionários da Misericórdia, para expressar a disposição de ânimo e espírito e o coração indulgente com os quais deverão […]

Cidade do Vaticano (RV) – Os confessores cubram os pecadores “com o manto da misericórdia”: foi a bela imagem que o Santo Padre usou na audiência na tarde desta terça-feira (09/16), no Vaticano, falando aos sacerdotes Missionários da Misericórdia, para expressar a disposição de ânimo e espírito e o coração indulgente com os quais deverão perdoar os fiéis arrependidos.

O Papa Francisco ressaltou que os confessores são “chamados a expressar a maternidade da Igreja” e reiterou que “não é preciso a clave do juízo” para reconduzir a ovelha perdida ao rebanho, mas o testemunho e a santidade de vida.

Ser Missionários da Misericórdia “exige de vocês que sejam em primeira pessoa testemunhas da proximidade de Deus e de seu modo de amar”. O Pontífice ressaltou o significado deste “sinal de relevância especial” do Jubileu. Ofereceu algumas reflexões sobre o mandato, a fim de que “possa ser realizado de modo coerente e como uma ajuda concreta” para as pessoas que ales recorrerem.

Em primeiro lugar, disse, “quero recordar-lhes de que neste ministério vocês são chamados a expressar a maternidade da Igreja”:

“Não podemos correr o risco de um penitente não perceber a presença materna da Igreja que o acolhe e ama-o. Se faltasse essa percepção, por causa da nossa rigidez, seria um dano grave em primeiro lugar para a própria fé, porque impediria ao penitente ver-se inserido no Corpo de Cristo.”

“Somos chamados a ser expressão viva da Igreja que, como mãe, acolhe quem quer que a ela recorra”, disse o Papa.

“Entrando no confessionário, recordemo-nos sempre que é Cristo que acolhe, é Cristo que ouve, é Cristo que perdoa, é Cristo que dá a paz”:

“Somos seus ministros, e por primeiro precisamos sempre ser perdoados por Ele. Portanto, qualquer que seja o pecado confessado – ou que a pessoa não ousa dizer, mas faz entender, é suficiente –, todo missionário é chamado a recordar a própria existência de pecador e a colocar-se humildemente como canal da misericórdia de Deus.”

Francisco recordou a sua Confissão de 21 de setembro de 1953, quando era garoto, uma fonte de alegria que norteou toda a sua vida para Deus. Em seguida, o Pontífice encorajou os Missionários da Misericórdia a “saber olhar para o desejo de perdão presente no coração do penitente”. Um coração, afirmou, que sente “a saudade de Deus, de seu amor e da sua casa”. É propriamente este desejo que se coloca “no início da conversão”:

“O coração se volta para Deus reconhecendo o mal praticado, mas com a esperança de alcançar o perdão. E esse desejo se reforça quando no próprio coração se decide mudar de vida e não mais querer pecar. É o momento em que a pessoa se confia à misericórdia de Deus, e tem confiança plena de ser por Ele compreendido, perdoado e ajudado.”

Francisco pediu aos Missionários da Misericórdia que deem “grande espaço a este desejo de Deus e de seu perdão”, que façam-no emergir como expressão verdadeira da graça do Espírito que provoca à conversão do coração”. Por vezes, disse, o penitente tem medo de contar o pecado, mas existe a linguagem dos gestos: “os braços abertos” em busca do perdão:

“Se alguém vai até você e você sente que esta pessoa tem algo de que precisa livrar-se, mas talvez não consegue dizer, mas você entende… Tudo bem, faça-o entender que você compreende, acene com um gesto para que venha.”

Em seguida, deteve-se sobre a “vergonha”, componente determinante para a conversão: “vergonha tanto por aquilo que foi feito, quanto por ter que confessar a outra pessoa”:

“A vergonha é um sentimento íntimo que incide na vida pessoal e requer da parte do confessor uma atitude de respeito e de encorajamento”:

Francisco recordou que na Bíblia se fala de vergonha, a de Adão e Eva e a de Noé quando se embriagou e a sua nudez foi coberta pelos próprios filhos para que voltasse à dignidade de pai. Daí, a referência ao papel do sacerdote na confissão:

“Diante de nós há uma pessoa ‘despida’ e também uma pessoa que não sabe falar e não sabe o que dizer, com a sua fragilidade e seus limites, com a vergonha de ser um pecador e tantas vezes não poder dizer isso. Não nos esqueçamos: diante de nós não está o pecado, mas o pecador arrependido, o pecador que ‘gostaria de não ser assim’, mas não pode. Uma pessoa que sente o desejo de ser acolhida e perdoada.”

Por isso, prosseguiu, “não somos chamados a julgar, com um sentido de superioridade, como se fôssemos imunes ao pecado”. Não é “com a clava do juízo que conseguiremos reconduzir a ovelha perdida ao rebanho, mas com a santidade de vida que é princípio de renovação e de reforma na Igreja”.

“Ser confessor segundo o coração de Cristo equivale a cobrir o pecador com o manto da misericórdia, para que não mais se envergonhe e possa recuperar a alegria da sua dignidade filial e também possa saber onde se encontra.” (RL)

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