O problema de estarmos “jogados” dentro de nós mesmos
por Por Juan José Léniz UlloaO que você sabe sobre si? Como está a sua alma? Essas são questões que responderemos nesta Série Especial que começa hoje. 21 setembro 2020 Neste tempo de pandemia, por conta do isolamento (necessário, porém, para muitos, difícil) muitos de nós fomos “jogados” para dentro de casa. Tudo passou a ser feito dentro de casa: […]
O que você sabe sobre si? Como está a sua alma? Essas são questões que responderemos nesta Série Especial que começa hoje.
Neste tempo de pandemia, por conta do isolamento (necessário, porém, para muitos, difícil) muitos de nós fomos “jogados” para dentro de casa. Tudo passou a ser feito dentro de casa: trabalho, atividade física, e até as convivências com os amigos passaram a ser online.
Se você é um pouco como eu, bastante ativo e até inquieto, então esse ser “jogado” para dentro de casa não deve ter sido nem um pouco fácil. Conheço pessoas (e não poucas) para as quais o tempo isolamento tem sido um período muito sofrido e difícil, acompanhado de sensações ruins como angústia, tristeza e medo. Muitos, inclusive, tiveram grandes conflitos com pessoas com as quais moram: irmãos, filhos, pais, marido e esposa. “Passamos tempo demais juntos”; “não tenho nenhum momento para mim, sozinho”; “sem os momentos de descontração, se torna muito cansativo estar sempre juntos” são algumas das reclamações que se escutam por aí nesse tempo tão difícil.
Contudo, esta não foi regra comum para todos. Conheço pessoas que tem conseguido lidar bastante bem com o isolamento, inclusive, que chegaram a aproveitar o tempo em que foram “jogados” em casa, ou, como alguns deles diriam: um tempo de “ficar em casa”. Muitos aproveitaram para estreitar os laços com os seres queridos, conversar como há muito tempo não faziam ou fazer coisas simples como assistir o jornal em família, e outros ainda, se dedicaram a projetos grandes como pintar alguns quartos da casa ou escrever um livro.
Sim, diversas são as reações que se verificaram durante este tempo de isolamento. O que é comum à maioria é que, ao ficar mais em casa, deu para reparar em coisas que precisavam de conserto e que, no dia a dia, pela correria do trabalho, colégio, faculdade e outras saídas, passavam despercebidas. Estavam aí, mas não eram notadas. Certamente, a reação de cada pessoa era diferente. Alguns se incomodavam a ponto de perder o sono pela torneira que pingava, enquanto para outros foi uma grande aventura aprender a consertá-la assistindo vídeos no YouTube. Alguns ficavam irritados pelo excessivo uso de redes sociais, outros fizeram a experiência de entrar em certas redes sociais e se alegraram por descobrir uma nova forma de entrar em contato com os amigos.
Sim, neste tempo de pandemia, muitos de nós fomos “jogados” para dentro de casa, alguns suportaram, outros aproveitaram. No entanto, uma coisa acima de tudo, me surpreendeu neste tempo: descobri que uma coisa muito propícia a se fazer num tempo de isolamento social é se voltar para Deus.
Conheci pessoas que neste tempo conseguiram se dedicar à oração que antes não faziam porque estavam “sempre fora de casa”; outras que conseguiram participar da Santa Missa transmitida que antes não frequentavam porque a paróquia ficava “longe demais”; ainda conheci pessoas que assistiram diversas pregações, se deixando iluminar pela Verdade do Evangelho e aprendendo mais sobre a fé.
Com efeito, este tempo de isolamento pode ter sido muito difícil. Isso é uma verdade incontestável. Porém, é verdade também que tem sido um tempo propício para se dedicar à vida interior. Assim como fomos “jogados” para dentro de casa, de alguma forma somos convidados a “nos jogar” para dentro de nós, isto é, da nossa alma e ali nos encontrar com Deus.
Você já ouviu falar sobre a vida interior? Você sabe o que é? Você tem uma vida interior? Você sabe como se dedicar em progredir nessa vida interior?
Veja bem. Da mesma maneira em que, por ficar em casa, passamos a reparar em coisas que precisam de conserto e que, no dia a dia, pela correria do trabalho, colégio, faculdade e outras saídas, passavam despercebidas, isto é, coisas que estavam aí, mas não eram notadas, ao entrar no nosso interior reparamos que há coisas que precisam de conserto, coisas que estão dentro de nós, talvez até que nos acompanham desde sempre, mas que nunca tínhamos reparado. Em palavras simples podemos dizer que isto é a vida interior. Mas isso só acontece quando passamos mais tempo dentro de nós mesmos, quando somos como que “jogados” dentro de nós mesmos.
Enfim, se você quer saber o que é a vida interior, quais são os seus principais elementos, como crescer nela e muitas outras coisas, fique ligado nesta série.
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