01/10/2020

1° DIA DO TRÍDUO AOS SANTOS ANJOS DA GUARDA

por Boa Semente

  1 – SINAL DA CRUZ   2 – VINDE ESPÍRITO SANTO…   3 – INTENÇÕES   4 – ORAÇÃO INICIAL   À VOSSA TUTELA (de São Pedro Canísio) “À vossa tutela me recomendo, ó santo Anjo, pois à vossa guarda me confiou a divina bondade. Sou cego, guiai-me; sou ignorante, instruí-me; sou fraco, confortai-me; […]

 

1 – SINAL DA CRUZ

 

2 – VINDE ESPÍRITO SANTO…

 

3 – INTENÇÕES

 

4 – ORAÇÃO INICIAL

 

À VOSSA TUTELA (de São Pedro Canísio)

“À vossa tutela me recomendo, ó santo Anjo, pois à vossa guarda me confiou a divina bondade. Sou cego, guiai-me; sou ignorante, instruí-me; sou fraco, confortai-me; sou pequenino, protegei-me; sou um caminhante extraviado, reconduzi-me à estrada real; sou preguiçoso, excitai-me; sou tardo, estimulai-me a progredir no bem. E sobretudo fazei que aquela extrema e perigosa luta, que eu terei que sustentar com os demônios em minha morte, tenha termo feliz, para que, passando a ser companheiro vosso no céu, possa cantar alegremente o hino da vitória: ‘rompeu-se-nos o laço e livres dali nos fomos’.” Amém.

5 – SOBRE OS ANJOS NO MAGISTÉRIO DA IGREJA

DA CRIAÇÃO DOS ANJOS (de São João Paulo ll)

  1. As nossas catequeses sobre Deus, criador do mundo, não podem ser concluídas sem dedicar a atenção adequada a um conteúdo preciso da revelação divina: a criação de seres puramente espirituais, a que a Sagrada Escritura chama “anjos”. Esta criação aparece claramente nos Símbolos da fé, particularmente no Credo Niceno-Constantinopolitano: “Eu acredito em um Deus, o Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas (isto é, entidades ou seres) visíveis e invisíveis”. Sabemos que o homem goza de uma posição singular dentro da criação: graças ao seu corpo pertence ao mundo visível, enquanto que para a alma espiritual, que vivifica o corpo, está quase na fronteira entre a criação visível e o invisível. Para este último, de acordo com o Credo que a Igreja professa à luz da revelação, pertencem a outros seres, puramente espirituais, portanto não próprios do mundo visível, ainda que presentes e nele operem. Eles constituem um mundo específico.

  1. Hoje, como no passado, discutimos com maior ou menor sabedoria sobre esses seres espirituais. É preciso reconhecer que a confusão às vezes é grande, com o consequente risco de passar como fé da Igreja sobre os anjos o que não pertence à fé, ou, vice-versa, de omitir algum aspecto importante da verdade revelada. A existência de seres espirituais, que a Sagrada Escritura costuma chamar de “anjos”, já era negada no tempo de Cristo pelos saduceus (cf. At 23, 8). Mesmo os materialistas e racionalistas de todos os tempos negam isso. No entanto, como um teólogo moderno observa agudamente, “se alguém quisesse se livrar dos anjos, teria que revisar radicalmente a própria Sagrada Escritura, e com ela toda a história da salvação” (A. Winklhofer, Die Welt der Engel, Ettal 1961, p. 144, nota 2; em Mysterium Salutis , II, 2, p. 726). Toda a tradição é unânime nesta questão. O Credo da Igreja é basicamente um eco do que Paulo escreveu aos Colossenses: “porque por Ele (Cristo) todas as coisas foram criadas, as que estão no céu e as que estão na terra, as visíveis e as invisíveis: Tronos, Dominações, Principados, Poderes, todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele” (Colossenses 1:16). Isto é, Cristo que, como Filho-Verbo eterno e consubstancial com o Pai, é “gerado antes de todas as criaturas” (Col 1,15) está no centro do universo, como a razão e a pedra angular de toda a criação, como já vimos nas catequeses anteriores e como veremos novamente quando falarmos mais diretamente dele.

  1. A referência ao «primado» de Cristo ajuda-nos a compreender que a verdade sobre a existência e obra dos anjos (bons e maus) não é o conteúdo central da palavra de Deus. Na revelação, Deus fala antes de tudo «para homens (…) e entretém-se com eles, para os convidar e admitir à comunhão consigo mesmo», como lemos na constituição Dei Verbum (Dei Verbum, 2) do Concílio Vaticano II. Portanto, “a verdade profunda (…) tanto de Deus como da salvação dos homens ‘é o conteúdo central da revelação que ‘brilha’ mais plenamente na pessoa de Cristo’”. A verdade sobre os anjos é em certo sentido “colateral”, mas inseparável da revelação central, que é a existência, majestade e glória do Criador que resplandece em toda a criação “visível” e “invisível” e na ação salvífica de Deus na história do homem. Os anjos, portanto, não são criaturas de primeira ordem na realidade da revelação, mas pertencem plenamente a ela, tanto que em alguns momentos os vemos cumprindo tarefas fundamentais em nome do próprio Deus.

  1. Tudo o que pertence à criação cai, segundo a revelação, no mistério da Providência divina. O Vaticano I afirma isso de forma exemplar e concisa, que já citamos várias vezes: “Tudo o que Deus criou, Deus preserva e dirige com sua providência” estendendo-se com força de uma fronteira a outra e governando tudo com bondade” (cf. Sb 8, 1). «Tudo está nu e descoberto aos seus olhos» (cf. Hb 4, 13), «mesmo o que acontecerá por iniciativa livre das criaturas» (DS3003). A providência, portanto, também abrange o mundo dos espíritos puros, que são seres racionais e livres ainda mais plenamente do que os homens. Na Sagrada Escritura encontramos indicações preciosas a respeito deles. Há também a revelação de um drama misterioso, mas real, que tocou essas criaturas angelicais, sem nada escapar da Sabedoria eterna, que com força (“fortiter”) e ao mesmo tempo com bondade (“suaviter”) traz tudo para cumprimento no reino do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

  1. Reconhecemos em primeiro lugar que a Providência, como Sabedoria amorosa de Deus, se manifestou precisamente na criação de seres puramente espirituais, através dos quais se expressaria melhor a semelhança de Deus neles, que em muito superam tudo o que é criado no mundo visível junto com o o homem, também imagem indelével de Deus. Deus, que é um Espírito absolutamente perfeito, se reflete sobretudo nos seres espirituais que por natureza, isto é, por sua espiritualidade, estão muito mais próximos dele do que as criaturas materiais, e que quase constituem o “Ambiente” mais próximo do Criador. A Sagrada Escritura oferece um testemunho bastante explícito desta proximidade máxima a Deus dos anjos, de quem fala, em linguagem figurada, como do “trono” de Deus, das suas “hostes”, do seu “céu”.

Audiência Geral – Quarta-feira, 9 de julho de 1986.

6 – SOBRE OS ANJOS NA VIDA DOS SANTOS

Santa Francisca Romana, nascida em 1384 no seio de uma distinta família, era uma alma especialmente favorecida por Deus, desde a juventude. Tal obséquio da Divina Providência se tornou ainda mais notável quando, depois da morte de  filho, chamado Evangelista, passa a ter convívio diário com seu “zeloso guardador”.

Certa noite encontrava-se ela a dormir e, quase ao raiar do dia, o quarto foi inundado por uma grande claridade, em meio à qual apareceu o filho Evangelista, falecido havia quase um ano, com uma formosura incomparavelmente maior do que a manifestada nesta Terra. Ao lado de Evangelista estava também outro jovem ainda mais formoso: era o Anjo da Guarda deste.

Passados alguns instantes em que permanecera atônita com a visão, tomada de alegria, pergunta a Evangelista onde estava, o que fazia e se ainda se lembrava de sua mãe. Olhando para o Céu, ele responde: “Nossa ocupação é contemplar o abismo eterno da bondade divina, louvar e bendizer sua majestade com transportes de alegria e amor. Inteiramente absortos em Deus nessa celeste beatitude, não somente não sofremos dor, como não podemos tê-la e gozamos de uma paz que durará sempre. Não queremos, nem podemos querer senão o que sabemos ser agradável a Deus, que é nossa inteira e única beatitude. Saiba que os coros que estão acima de nós nos manifestam os segredos divinos”.

Foi então que disse à sua mãe o lugar onde se encontrava no Céu: o segundo coro da primeira hierarquia, isto é, entre os Arcanjos. Acrescentou também que o outro jovem, mais formoso, estava em grau mais elevado no Céu, razão de seu maior esplendor, e que havia sido designado por Deus para a consolar em sua peregrinação terrena. Permaneceria com ela perpetuamente e, doravante, poderia ter a consolação de vê-lo dia e noite, sem cessar.

7 – PROTESTO AO SANTO ANJO DA GUARDA, EM PREPARAÇÃO PARA UMA BOA MORTE (de São Carlos Borromeu)

“Em nome da Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, eu, infeliz e miserável pecador, protesto em vossa presença, ó Anjo Santo de Deus, que quero absolutamente morrer na Igreja Católica, Apostólica e Romana, em que morreram todos os santos, que até agora existiram, e fora da qual não há salvação. Assisti-me na hora da morte e fazei-me vencer o demônio, inimigo meu e vosso.

Protesto ainda, ó santo Anjo, que estou sob a vossa guarda e proteção: que quero partir desta vida com grande confiança em vosso socorro, e com firme esperança na misericórdia do meu Deus. Desbaratai naquele último momento os inimigos da minha salvação, recebei a minha alma quando ela se separar do meu corpo, e depois da minha morte fazei que me seja propício Jesus Cristo meu Salvador.

Protesto igualmente, ó santíssimo protetor meu, que com o mais vivo afeto desejo participar dos merecimentos de Jesus Cristo Nosso Senhor, e que espero obter a remissão dos meus pecados, por virtude de sua morte e paixão. Detesto quanto cometi de mal em pensamentos, como em obras e como em palavras. A todos os meus inimigos perdoo, e quero morrer no amplexo da santa Cruz, para mostrar que ponho toda a minha esperança na paixão do Salvador.

Protesto outrossim, ó amigo meu fidelíssimo, que me abandono aos vossos cuidados e afetuosa caridade no grande passo da minha morte, e que, embora seja verdade que desejo ir logo para o céu, estou entretanto pronto, para apagar com o sofrimento a enormidade dos meus pecados, estou pronto, digo, para suportar qualquer gênero de castigo que a divina justiça achar bem impor-me, ainda que fossem as mais atrozes penas do Purgatório. Assim, também estou pronto para abandonar os meus parentes, os meus amigos, o meu mesmo corpo e tudo aquilo que tenho de mais caro, a fim de mais depressa poder ir gozar de presença do meu Deus, e de testificar-lhe o quanto me pesa de o haver ofendido.

Protesto finalmente, ó Anjo sapientíssimo e vigilantíssimo guarda de minh’alma, que vos constituo procurador da minha última vontade e executor deste meu ato testamentário. Dizei a Jesus meu Salvador, no momento da minha morte, o que eu talvez já não poderei dizer, e é que creio tudo aquilo que crê a Santa Igreja, que detesto os meus pecados, porque lhe desagradam, que todos os deposito no seu misericordiosíssimo Coração, e que de sua infinita bondade espero perdão para eles: que de boa vontade morro porque assim Ele o quer, e abandono minha alma e minha salvação em suas mãos: que o amo sobre todas as criaturas e por toda a eternidade o quero amar.” Amém.

8 – ORAÇÃO FINAL

ORAÇÃO AO NOSSO ANJO DA GUARDA (de Santo Afonso de Ligório)

“Deus mandou seus anjos vos guardar em todos os vossos caminhos” (SI 9). “Quanto vos devo, ó meu bom anjo, pelas luzes que me haveis comunicado! E eu, nem sempre vos obedeci.

Ah! Continuai a esclarecer-me, repreendei-me quando cair, e não me abandoneis até o derradeiro instante da minha vida. Ai! santo anjo, quantas vêzes vos obriguei, pelos meus pecados, a tapar a face! Perdão vos peço, e suplico-vos intercedais por mim junto do Senhor, porque estou resolvido a não desagradar mais nem a Deus nem a vós pelas minhas faltas.

Agradeço-vos, ó príncipe do paraíso, por me terdes assistido durante tantos anos. Eu vos esqueci, mas vós nunca deixastes de pensar em mim. Ignoro o caminho que me resta ainda a percorrer antes de entrar na eternidade.

Ah! Meu caridoso guarda, guardai-me na estrada do céu, e não cesseis de me auxiliar até que me vejais como companheiro vosso no reino dos escolhidos.” Amém.

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Fontes consultadas

– Livro “A Criação e os Anjos”, Coleção “Conheça a sua Fé”, v.III) – Revista Arautos do Evangelho, Julho/2015, n. 163, p. 22 a 25.

– https://www.arautos.org/secoes/artigos/doutrina/anjos/os-anjos-na-vida-dos-santos-161945.

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