Recordar os pecados na oração é glorificar Deus, diz Papa
Santo Padre falou da necessidade de fazer memória da história de aliança com Deus
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Santo Padre falou da necessidade de fazer memória da história de aliança com Deus
Quando rezamos, não esquecemos a nossa história, disse o Papa Francisco na Missa desta terça-feira, 7, na Casa Santa Marta. Ele convidou os fiéis a não se deixarem levar pelas distrações do cotidiano, o que acaba fazendo a pessoa se esquecer de rezar.
Recordando que Deus escolheu o seu povo e sempre o acompanhou, o Santo Padre se concentrou na Primeira Leitura, em que São Paulo faz memória da sua vida, sem esconder os seus pecados. Segundo Francisco, o fato do cristão ter sido escolhido é uma graça de amor e Paulo faz memória desta realidade, reconhecendo-se pecador.
“Este hábito de fazer memória da nossa vida não é muito comum entre nós. Esquecemos as coisas, vivemos no momento e depois esquecemos a história. E cada um de nós tem uma história: uma história de graça, de pecado, de caminho, tantas coisas… E faz bem rezar com a nossa história. Paulo faz isso, conta um pedaço da sua história, mas em geral diz: ‘Ele me escolheu! Ele me chamou! Ele me salvou! Ele foi meu companheiro de caminho…’”.
Francisco destacou ainda que fazer memória da própria vida, dos próprios pecados é dar glória a Deus. Por isso São Paulo diz que se vangloria apenas de duas coisas: dos seus pecados e da graça de Deus Crucificado. Paulo reconheceu seus pecados e admitiu que foi Cristo que o salvou. Esta é a recordação que os cristãos são convidados a fazer.
“Quando Jesus diz a Marta: ‘Você se aflige e se agita por muitas coisas, mas precisa de uma. Maria escolheu a melhor parte’. O que é? Ouvir o Senhor e fazer memória. Não se pode rezar todos os dias como se nós não tivéssemos história. Cada um de nós tem a sua. E com esta história no coração seguimos na oração, como Maria. Mas tantas vezes somos distraídos, como Marta, pelo trabalho, pelo cotidiano, de fazer as coisas que devemos fazer e esquecemos esta história”.
A relação do homem com Deus, segundo o Papa, não começa no dia do Batismo – aí ela é selada – mas começa no coração de Deus, quando Ele, da eternidade, olhou para o homem e o escolheu. Então é preciso lembrar-se dessa escolha, desse caminho de aliança.
O Papa concluiu a homilia com o convite a rezar o Salmo 138: “Senhor, vós me perscrutais e me conheceis. Sabeis tudo de mim, quando me sento ou me levanto. De longe penetrais meus pensamentos. Quando ando e quando repouso, vós me vedes, observais todos os meus passos”.
“Isto é rezar. Rezar é fazer memória diante de Deus da nossa história. Porque a nossa história é a história do seu amor para conosco”.
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