26/01/2017

Reconciliação entre cristãos é dom de Deus, diz Papa

O Papa Francisco presidiu nesta quarta-feira, 25, a celebração das Segundas Vésperas na Solenidade da Conversão de São Paulo, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, no Vaticano

O Papa Francisco presidiu nesta quarta-feira, 25, a celebração das Segundas Vésperas na Solenidade da Conversão de São Paulo, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, no Vaticano. A celebração conclui a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, em curso desde o último dia 18 em países do hemisfério norte.

Foi propriamente a unidade dos cristãos o tema que perpassou a homilia de Francisco. Ele lembrou que São Paulo teve a vida transformada radicalmente após o encontro com Jesus e foi impelido, a partir de então, a proclamar o amor e a reconciliação que Deus oferece em Cristo à humanidade. E essa reconciliação é um dom que vem de Cristo, da mesma forma que acontece com a reconciliação entre os cristãos.

“A reconciliação para a qual somos impelidos não é simplesmente iniciativa nossa: é primariamente a reconciliação que Deus nos oferece em Cristo. Antes de ser esforço humano de crentes que procuram superar as suas divisões, é um dom gratuito de Deus. Como resultado deste dom, a pessoa perdoada e amada é chamada, por sua vez, a proclamar o evangelho da reconciliação em palavras e obras, a viver e dar testemunho duma existência reconciliada”, afirmou.

Considerando, como destacou São Paulo, que a reconciliação em Cristo não pode ser realizada sem sacrifício, o Papa afirmou que os embaixadores da reconciliação são chamados a dar a vida, ou seja, deixar de viver para si mesmo e buscar reproduzir a imagem de Cristo, vivendo para Ele.

Assim também, cada confissão cristã é chamada a buscar um caminho com o olhar fixo na Cruz de Jesus, saindo do isolamento, superando a tentação da autorreferência. “Poderá realizar-se uma autêntica reconciliação entre os cristãos quando soubermos reconhecer os dons uns dos outros e formos capazes, com humildade e docilidade, de aprender uns dos outros, sem esperar que primeiro sejam os outros a aprender de nós”.

O Santo Padre recordou o marco significativo que é para católicos e luteranos poder recordar, juntos, os 500 anos da Reforma Protestante, evento que dividiu os cristãos. Esse foi um dom conquistado em cinquenta anos de mútuo conhecimento e diálogo ecumênico.

Saudando os representantes das diversas Igrejas e Comunidades eclesiais reunidos na celebração, o Papa enfatizou, por fim, que a oração pela unidade dos cristãos é uma participação na oração do próprio Jesus antes da Paixão: “para que todos sejam um só” (Jo 17, 21).

“Nunca nos cansemos de pedir a Deus este dom. Na expectativa paciente e confiada de que o Pai conceda a todos os crentes o bem da plena comunhão visível, prossigamos o nosso caminho de reconciliação e diálogo, encorajados pelo testemunho heroico de tantos irmãos e irmãs, de ontem e de hoje, unidos no sofrimento pelo nome de Jesus”.

Por Canção Nova

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