15/03/2016

O que sabemos sobre o Papa Francisco?

Desde o primeiro momento da sua apresentação ao mundo como Papa Francisco, em uma sacada na Praça São Pedro, o argentino Jorge Mario Bergoglio chamou a atenção da mídia. Muito já foi publicado sobre ele, mas será que realmente o conhecemos?

Desde o primeiro momento da sua apresentação ao mundo como Papa Francisco, em uma sacada na Praça São Pedro, o argentino Jorge Mario Bergoglio chamou a atenção da mídia. Muito já foi publicado sobre ele, mas será que realmente o conhecemos?

De acordo com a jornalista argentina Ines San Martin, o mundo quer conhecer Francisco, mas nem sempre se dão ao trabalho de ler o que ele diz, e se conformam em ler o que os outros dizem sobre ele. Para ela, ler os jornais não substitue a leitura das palavras do Papa em cada quarta-feira, durante as Audiências Gerais, ou antes e depois do Ângelus de cada domingo, por exemplo.

“Por outro lado, também vejo uma tendência para se fixar à imagem do papa em que ele, por ser latino, projeta uma proximidade que não estamos acostumados quando se trata de líderes mundiais, tanto religiosos como políticos. E às vezes essa proximidade não nos deixa ver a profundidade de seu pensamento, seu amor a Cristo e à Sua Igreja, aos pobres e a todo o povo Santo fiel de Deus”, explica Ines.

Não se pode negar que as pessoas já ouviram falar de Francisco. Se analisarmos do ponto de vista das rede sociais, o Papa exerce uma liderança, em termos de números, muito significativa. Com sua conta @Pontifex, por exemplo, ele detém mais de 25 milhões de seguidores e, em número de retuítes, ele assume a liderança como pessoa que ultrapassa nomes como o de Barack Obama, presidente dos EUA.

O Doutorando em Comunicação e Semiótica e estudante de Teologia Marcello Zanluchi, do Brasil, afirma que “comunicacionalmente, o Papa fala muito por seus gestos de aproximação com as pessoas, ao mesmo tempo, em que crias eventos comunicativos, ou seja iniciativas que querem comunicar algo a mais, como por exemplo, a abertura da Porta Santa na Catedral de Bangui, antes da de São Pedro. É um pontífice que também adapta sua linguagem para chegar mais próximo. Isso se percebe quando Bergoglio lança mão de exemplos do cotidiano, até de santas anedotas, para passar sua mensagem e ser compreendido.”

Relação com predecessores

Com seu jeito simples e que gera muitas situações inusitadas, entretanto ricas de significado, Francisco é constantemente comparado à João Paulo II e Bento XVI, em suas semelhanças e diferenças. Porém um olhar atento em seus documentos, discursos e mensagens revela o amor e o respeito de Francisco por seus predecessores aos quais recorda constantemente.

Sobre essa comparação, especialmente com o santo polonês, a jornalista argentina destaca que “João Paulo II foi muitas vezes chamado ‘o Papa do povo’, algo que também se usa muito para identificar Francisco. As similaridades existem, porém nem sempre são visíveis. O mesmo acontece, por exemplo, sobre o diálogo interreligioso, algo que a Igreja Católica, liderada pelo Vigário de Cristo, tem dedicado muito tempo e esforço nas últimas décadas”.

E quem é Francisco?

Para o doutorando brasileiro, sua característica é de ser um conciliador, ao mesmo tempo em que mostra ao mundo situações, não só religiosas, para, independentemente de religião, colaborarem com a construção de uma sociedade de justiça, paz, de respeito com a criação. É um papa do diálogo com todos, que não está fechado em si mesmo. É um papa do serviço, correspondendo a um de seus pronomes de tratamento, servo dos servos de Deus, apresentando o cristianismo como servidor.

“Francisco é um pontífice, ou seja, aquele que constrói pontes que comunicam a misericórdia, a paz e o diálogo. É aquele que se faz servo, ajudante na construção de um reino de justiça e paz, sabendo fazer uma leitura religiosa e cultural de seu tempo, em vistas de uma projeção de futuro, alertando e refletindo para que tenhamos consciência de que a paz e a sustentabilidade são garantias e herança para uma existência pacífica entre os povos de todas as nações.”, responde Marcello.

A característica conciliadora e de abertura ao diálogo também é destacada pela jornalista. “Ele é um homem capaz de adaptar-se à audiência que o escuta, e adaptar o modo e a forma de sua mensagem, mas não o seu conteúdo. Assim, na missa diária na Casa Santa Marta, suas palavras são sempre muito espirituais, sobre amizade com Deus, a fé, a Igreja e os sacramentos. Porém quando fala diante das Nações Unidas, sua mensagem toma uma forma mais política”.

Ao final, o bispo simples que fazia o seu próprio jantar e ia de metrô e ônibus para suas atividades episcopais agora inspira católicos e pessoas de boa vontade de todas as partes do mundo pelo seu testemunho de amor a Deus e o anúncio de Sua misericórdia. Afinal, como Francisco disse uma vez: “A força do reino de Cristo é o amor”.


Texto: Fabíola Goulart

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