26/02/2018

Não terceirize a educação dos seus filhos

Não basta matricular os filhos em atividades extracurriculares e esquecer-se do amor e da educação

Uma música do padre Zezinho nos diz assim: “que nenhuma família comece em qualquer de repente, que nenhuma família termine por falta de amor (…) e que os filhos conheçam a força do amor”. Este refrão serve também para a educação dos filhos, pois, muitos pais confundem a responsabilidade e importância da aprendizagem cognitiva, ou seja, focam suas forças para contribuir com o desenvolvimento mental e moral das crianças. Para isso, investem em viagens, pesquisas na internet, leitura de livros e explicações dos conceitos do mundo. É claro que tudo isso é importante e ajuda no sucesso das carreiras profissionais de todos. Mas a pergunta que não quer calar é: será só esse o papel dos pais?

Muitos pensam que sim e acabam terceirizando essa incumbência para a escola, a babá e os professores particulares. Outra forma de fazer isso é colocar os filhos em várias atividades, como vôlei, natação, futebol, balé, inglês entre outros, pensando que estão dando o melhor para eles e preparando-os para competirem na vida.

Importância da família

Não basta matricular os filhos nessas atividades, abdicando de obrigações que são de inteira responsabilidade dos pais. A formação principal deve acontecer no seio da família, com repasse de valores e condutas aceitáveis nos modelos cristãos. Essa atitude não pode ser terceirizada sem consequências danosas.

Muitos pais chegam muito cansados em casa e preferem deixar os filhos diante da TV ou nos joguinhos para que, possam assistir aos seus programas favoritos sem serem incomodados. Cuidado: ao fazer isso, você deixará que esses meios de comunicação formem seus filhos e, com certeza, você não vai gostar dos resultados disso. Então, quando for chamado na escola por causa do mau comportamento dele, ou na polícia, porque ele roubou ou matou alguém, não adianta chorar pelo leite derramado.

Nessas horas, a pergunta que surge é: “Como isso pôde acontecer, se me matei de trabalhar para dar o melhor a meu filho?! Coloquei-o em tudo que estava ao meu alcance. Como? Como? Como?”. Para responder a essas perguntas, tente lembrar quantas vezes você se sentou para conversar com seu filho e saber dos seus sentimentos, quem eram os seus colegas, quais os comportamentos inadequados que precisavam ser alinhados, porque quem ama educa. Quantas vezes você dedicou seu tempo para rezar com o seu filho, ler a Bíblia com ele e ensinar-lhe princípios de coletividade, respeito, partilha e espiritualidade? Ou esse tempo foi gasto explicando a ele quais são as profissões mais promissoras e as melhores formas de ganhar na bolsa de valores? Quantas vezes você gastou horas no shopping comprando presentes para compensar a sua ausência em vez de fazer brinquedos caseiros, ou simplesmente para dizer a ele o quanto você o ama?

Aproxime-se de  seus filhos

O cuidado na instrução dos filhos é fundamental, porque se você não o instruir para o bem, com certeza alguém o instruirá para o mal. Essa é uma escolha diária que fazemos na vida de nossos filhos, para decidir quem vai ser o seu mentor: a família ou mundo.

Outra questão importante, além da terceirização da educação, é a terceirização do afeto, que acontece com pais que trabalham muito e não têm tempo para demonstrar amor aos filhos. Lembrem que tempo para filhos não tem a ver com a quantidade, mas com a qualidade. Quando estiver com seu filho, fique 100% com ele, esqueça o trabalho que está atrasado, o telefone que chama, o WhatsApp que toca. Esse tempo é de vocês.

Não existe fórmula pronta de sucesso para esse relacionamento, mas em todos eles há alguns itens que são fundamentais: amor, atenção e respeito. Bem como colocar limites, não fazer todas as vontades dos filhos e ensinar-lhes que o mundo não vai estar aí para dar tudo o que eles querem.

Exerçam a autoridade de pais com seus filhos, todos podem ajudar, mas a última palavra deve ser a do casal, pois quando os problemas surgirem, a responsabilidade vai ser de vocês, que terão que arcar juntos com eles [filhos] o fracasso.

Lembrem que nossos filhos não são nossos, Deus nos deu para cuidarmos deles, para isso, Ele nos deu autoridade espiritual sobre eles. Vamos exercê-la com sabedoria e amor, assim tudo o mais nos será acrescentado.

Ângela Abdo

Ângela Abdo é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. Atua como curadora da Fundação Nossa Senhora da Penha e conduz workshops de planejamento estratégico e gestão de pessoas para lideranças pastorais.

Abdo é graduada em Serviço Social pela UFES e pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e em Gestão Empresarial. Possui mestrado em Ciências Contábeis pela Fucape. Atua como consultora em pequenas, médias e grandes empresas do setor privado e público como assessora de qualidade e recursos humanos e como assistente social do CST (Centro de Solidariedade ao Trabalhador). É atual presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) do Espírito Santo e diretora, gerente e conselheira do Vitória Apart Hospital.

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