26/02/2015

Livro conta a história da Bem-aventurada Dulce dos Pobres

Uma vida marcada pela fé e pelo amor.

Uma vida marcada pela fé e pelo amor. É este o pensamento de milhares de pessoas quando ouvem falar da Bem-aventurada Dulce dos Pobres. A história de dedicação do Anjo Bom da Bahia e alguns fatos milagrosos agora também podem ser conferidos no livro-reportagemIrmã Dulce: os milagres pela fé, do jornalista baiano Jorge Gauthier. Inicialmente publicado no formato digital e-book, a obra que agora chega às livrarias na versão impressa, apresenta relatos de pessoas que tiveram algum contato ou que receberam graças pela intercessão da freira baiana. A equipe da Pastoral de Comunicação bateu um papo com o autor. Acompanhe!

Portal arquidiocesano – De onde veio a inspiração? Por que escrever sobre Irmã Dulce?

Jorge Gauthier – A história desse livro começou na época da beatificação. Como eu sempre gostei de escrever sobre religião, já fui catequista, já entendia um pouco mais do assunto, no jornal [Correio*] me colocaram para fazer uma série de matérias. Na mesma época eu estava cursando a especialização em Jornalismo Científico pela UFBA [Universidade Federal da Bahia] e todos os trabalhos da disciplina de conclusão iam para o lado da ciência bruta mesmo, de pesquisa de saúde e tal. Ninguém queria pesquisar religião, que é uma vertente muito pequena do Jornalismo Científico. E aí eu conversei com a minha orientadora e ela me deu a ideia de pegar o material e aprofundar. Foi aí que surgiu a ideia do livro. Comecei a fazer as entrevistas para o jornal e passei a ampliá-las para desenvolver dentro do projeto da especialização.

Portal – Apesar de já terem se passado quase 23 anos da morte de Irmã Dulce, ela continua muito presente e muitas pessoas falam e escrevem sobre ela até hoje. No livro você deu algum outro viés para o que estamos “acostumados” a ler sobre ela? O que o livro Irmã Dulce: os milagres pela fé traz de novo?

Jorge – Já existem três outros livros sobre Irmã Dulce. O meu livro é uma grande reportagem científica, que trata da ciência e religião através da história de Irmã Dulce. No livro, além da história dela, eu abordo a interpretação dos milagres pela ciência. Muitos, questionados. A gente sabe que o conhecimento científico tende a questionar e a ignorar a realização de milagres. Foram três anos de pesquisa e eu fui buscar na história exemplos de cientistas que dialogaram com a ciência positivamente, outros que não concordaram com a religião, outros que concordaram, justamente para dar esse entendimento, pegar a história de Irmã Dulce como o fio condutor, mas explicar que sempre houve o questionamento sobre milagre. Mas porque isso? No dia em que eu conversei com Cláudia, a miraculada, eu fiquei muito impressionado. Era uma coletiva de imprensa na OSID [Obras Sociais Irmã Dulce] com o padre Almir, que foi o padre que fez a prece de intercessão.

Quando eu saí de lá, eu liguei para Cláudia e ela me falou: “eu estava morta, eu não sei por que eu estou viva”. Depois eu conversei com os médicos que a tinham atendido, eles diziam: “essa mulher sangrou durante 18 horas. Ela fez transfusão de sangue com 24 bolsas, ela não parava de sangrar, não tinha UTI, não tinha condições dela sair para outro hospital”. Por uma simples oração ela foi curada e está hoje com o filho de 12, 13 anos. Naquele momento eu tive um estalo e pensei: “tem alguma coisa aí”.

Então, quando eu fui pesquisando os materiais, consegui os relatórios que foram assinados pelos médicos que atenderam a Cláudia. Os médicos falam textualmente que foram incompetentes no sentido técnico e que foram impotentes para salvar aquela mulher, que ela foi salva por algo sobrenatural. Eu acho que trazer essa discussão para um texto é a gente dar oportunidade para as pessoas questionarem isso também, colocar em discussão e entenderem que, realmente, existem coisas que a ciência não consegue explicar. Esse é o diferencial do livro: trazer essa abordagem da ciência para a discussão da religião, através desses milagres de Irmã Dulce. Ao longo da vida de Irmã Dulce existiram outros milagres tão significativos. A história de vida dela é uma história de doação, de servidão muito grande e eu acho que, se a gente for pensar nos dias de hoje, isso também é um milagre.

Portal – Além de Cláudia, você conversou com outras pessoas que alcançaram graças pela intercessão de Irmã Dulce?

Jorge – Sim. Um dos grandes achados do livro é um personagem que se chama Antônio Souza. Ele era criança na época do acidente entre um bonde e uma marinete. Sinto que nesse encontro teve a mão dela. Eu estava na OSID com o pessoal do memorial lendo as graças, fiquei mais de uma semana lá lendo cartas e e-mails de relatos de graças. Um dia, ao sair de lá, em frente às obras tem um ponto de ônibus e eu parei para comprar água e tinha um senhor, que veio me dizer: “eu queria pedir uma ajuda. É porque eu li uma matéria no jornal falando sobre Irmã Dulce e eu queria contar uma história minha com ela”. Ele não sabia que a matéria era minha e foi justamente sobre graças, dentro da série que eu estava fazendo. Eu o levei para falar com o pessoal do memorial, conversamos e depois disso ele sumiu, não tive mais contato. Parece que foi só para que eu pudesse encontrá-lo. Tem coisas bem providenciais ao longo desse livro.

Ele disse que Irmã Dulce mudou completamente a vida dele, o que não é raro de acontecer. No processo do livro, eu entrevistei, diretamente, mais de 50 pessoas, que conheceram ou tiveram alguma relação com ela. Todas citam algum evento específico da vida que foi transformado depois do contato com Irmã Dulce. Isso é uma coisa que chama a atenção! Não tem como não se tocar, ainda que minimamente, com essas coisas.

Portal – Nesse processo de produção do livro, quais foram as maiores dificuldades que você encontrou?

Jorge – Eu acho que o mais difícil foi encontrar um ângulo diferente para a história, porque é uma história muito contada, assim como conseguir transformar num livro fácil de ler, mas que tivesse conteúdo também. Seria muito mais fácil se eu fizesse um livro só biográfico, sem trazer essas discussões sobre religião. Eu acho que trazer essas discussões de que ciência e religião se chocam em alguns momentos e que uma chega para a outra e diz que ela não tem o que fazer foi o mais difícil, inclusive para eu entender e depois transformar numa leitura mais fácil e mais simples.

Portal – Você se tornou devoto de Irmã Dulce após o início das reportagens que fez sobre ela, ou você já tinha uma aproximação com a Bem-aventurada?

Jorge – Eu conhecia a história de Irmã Dulce só de ouvir falar. Aqui na Bahia todo mundo sabe um pouco da história dela, mas quando eu tive contato mais de perto…  é impossível não admirá-la. Depois do contato que eu tive para fazer a série e o livro, eu passei a admirá-la muito mais e a fazer preces, enfim. Tive no meio desse processo um tumor no ombro e foi uma coisa que me deixou apavorado. Eu fiz muitas orações e foi um momento muito tenso, mas foi o momento em que eu tive mais diálogo com ela. Talvez mais do que quando eu estava escrevendo o livro. Fiz a cirurgia e minha mãe colocou em cima da mesinha uma imagem de Irmã Dulce que eu tenho, e eu falei para ela: “fica aqui comigo”. E deu tudo certo.

Portal – Você disse que o livro já está impresso, mas inicialmente você pensou no formato e-book. Por quê?

Jorge – O livro, eu queria fazer impresso primeiramente. Eu fui pesquisar o e-book e vi que era uma possibilidade de que a história de Irmã Dulce saísse, inclusive, do plano local. Ter o livro impresso é maravilhoso, mas ele acaba tendo limitações e com o e-book se torna mais fácil. Algumas pessoas, inclusive de fora do Brasil, já tiveram acesso. E acho que a história cresce, ganha mais dimensão nesse sentido.

Portal – Tem algum aspecto da vida de Irmã Dulce que te toca mais?

Jorge – Ninguém que entra em contato com a história de Irmã Dulce sai do mesmo jeito que entrou. Eu venho de família católica, minha formação é toda católica, meus pais sempre faziam doações, meu pai principalmente. Ele tinha uma Kombi, comprava marmitas no fim do ano e saía distribuindo pela Baixinha de Santo Antônio, que é próxima à nossa casa. Mas eu acho que quando você começa a conversar, quando você começa a entender a história de Irmã Dulce, você percebe que não existe em nenhum lugar alguém tivesse tanta abnegação da própria vida pelo outro. Isso é o que toca mais na vida de Irmã Dulce. É você perceber que existiu no mundo uma pessoa que estava aqui comendo, com o prato de comida na mão, e chegava alguém pedindo, ela pegava o prato de comida e dava; é ela fundar um hospital que até hoje, tecnicamente, ninguém sabe como funciona. A própria Maria Rita disse que eles vivem no vermelho, mas é um vermelho que eles continuam crescendo, atendendo as pessoas. Esse exemplo de amor e dedicação é o que é mais vibrante na vida dela.

Para quem deseja mergulhar nesta leitura, o livro pode ser adquirido no formato e-book pelo sitewww.correio24horas.com.br/irmadulce . Já o impresso está em fase de pré-venda pelo portal www.autografia.com.br/loja

Fonte: arquidiocesesalvador.org.br

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