06/04/2015

É Páscoa, aleluia!

Aleluia! Aleluia! Aleluia! Este é o grande grito contido por nós, cristãos, nos últimos 40 dias, desde a quarta-feira de cinzas. O grande grito de alegria, exultação e louvor que explode dos nossos corações como hino de triunfo a Cristo ressuscitado, vencedor da morte.

Aleluia! Aleluia! Aleluia! Este é o grande grito contido por nós, cristãos, nos últimos 40 dias, desde a quarta-feira de cinzas. O grande grito de alegria, exultação e louvor que explode dos nossos corações como hino de triunfo a Cristo ressuscitado, vencedor da morte.

Lembremo-nos de algo muito importante: celebrar é reviver; não é um simples comemorar, recordar a lembrança de um passado longínquo, distante há quase 2000 anos de nós. Não! Através da sagrada liturgia, a Igreja, sob a ação do Espírito Santo, atualiza, faz presente no hoje de nossas vidas, o mistério que celebramos. Assim, podemos afirmar com todos os nossos irmãos espalhados pelo mundo na noite da vigília pascal: “Esta é, Senhor, a noite em que do Egito retirastes os filhos de Israel, transpondo o mar vermelho a pé enxuto, rumo à terra onde corre leite e mel. Ó noite em que a coluna luminosa as trevas do pecado dissipou, e aos que creem no Cristo em toda a terra em novo povo eleito congregou! Ó noite em que Jesus rompeu o inferno, ao ressurgir da morte vencedor: de que nos valeria ter nascido, se não nos resgatasse em seu amor?” (1).

E, durante a oitava da Páscoa, a Igreja ora: “Ó Deus, por vosso Filho unigênito, vencedor da morte, abristes hoje para nós as portas da eternidade. Concedei que, celebrando a ressurreição do Senhor, renovados pelo vosso Espírito, ressuscitemos na luz da vida nova” (2).

Durante a Quaresma, tivemos a oportunidade de mergulhar mais no conhecimento de nossa fraqueza, do nosso pecado. O Senhor nos concedeu uma graça de arrependimento e conversão. Celebrar a Páscoa é celebrar a vitória de Cristo sobre a morte, pois o pecado é sempre morte. Os sacrifícios que fizemos durante os 40 dias que passaram foram como que uma batalha espiritual que travamos contra as concupiscências que há em nós, um exercício em que trabalhamos no jardim interior que é nossa alma, como diz Santa Teresa de Ávila, arrancando as pedras, as ervas daninhas que sufocavam as roseiras de virtudes que o Divino Jardineiro plantara em nosso coração.

Muitas vezes foi preciso adubar, regar com sacrifícios, espantar os pássaros que teimavam em comer as sementes lançadas (cf. Mt 13,3-8). O tempo pascal é o tempo da colheita, é o tempo em que nossa alma pode rejubilar-se pela vitória da ressurreição; ressurreição de Jesus que operou-se também dentro de nós; a vitória da misericórdia de Deus que triunfa sobre a fraqueza, o pecado, a dor. Se estivemos unidos a Cristo no deserto (cf. Mt 4,1-11), no Horto das Oliveiras, no calvário, com maior razão ainda devemos estar unidos a Ele na ressurreição.

Estamos vivendo 50 dias de júbilo, de alegria. Voltamos a cantar nas nossas celebrações com toda força, utilizando todos os instrumentos musicais que havíamos silenciado durante a Quaresma. O roxo penitencial foi substituído pelo branco festivo, há flores, há profusão de aleluias. Celebramos estes 50 dias como se fossem um só domingo. Interessante notar que o tempo do júbilo festivo é maior que o tempo da penitência. Sim, porque a alegria supera a dor, o céu é para sempre, tudo passa, a morte, o pecado, a tristeza, a miséria: Cristo os venceu na sua morte e ressurreição. Repito, é bom nunca nos esquecermos disto quando vierem os momentos de desânimo, de tentação, de fraqueza: o céu, a vitória de Cristo é para sempre!

Revistamo-nos dessa alegria, de modo especial neste ano jubilar, ano de perdão, de reconciliação, de libertação. Ergamos nossos braços livres de todas as amarras e assumamos a vitória de Cristo em nossas vidas. Tiremos as vestes de penitência, de luto e de dor. Durante esses 50 dias não se jejua; nas liturgias orientais nem se costuma rezar de joelhos durante o tempo pascal – como também nos outros domingos do ano –, a postura de oração é de pé, pois Cristo ergueu-se dentre os mortos. Se durante a Quaresma o clamor da Igreja era: “Convertei-vos e crede no Evangelho”, agora o grito de cada um de nós deve ser: “Cristo ressuscitou, aleluia!”, e ao ouvir essa proclamação devemos confirmar com toda a Igreja: “Sim, verdadeiramente ressuscitou, aleluia!”.

Notas bibliográficas:
1. Missal Romano – proclamação da vigília pascal.
2. Missal Romano, oração coleta da segunda-feira na oitava da Páscoa.

Fonte: Revista Shalom Maná

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