Dom João Bosco: “não somos feitos para brilhar, somos feitos para iluminar”
Presidente da Comissão Nacional da Pastoral Familiar inicia assembleia eletiva destacando temática da luz presente nas reflexões sobre a família propostas para este ano
Presidente da Comissão Nacional da Pastoral Familiar inicia assembleia eletiva destacando temática da luz presente nas reflexões sobre a família propostas para este ano
Foi aberta nesta quinta-feira, dia 25, a 41ª Assembleia eletiva da Pastoral Familiar, que acontece no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, em Aparecida (SP) até amanhã. Na abertura do encontro, o bispo de Osasco (SP) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família (CEPVF) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom João Bosco Barbosa de Sousa, ressaltou que a reunião é um momento de olhar para frente, de iluminar “o caminho que vem”, num olhar retrospectivo e principalmente prospectivo, e ainda falou sobre a ação da Pastoral Familiar, que não deve brilhar, mas iluminar.
Dom Bosco salientou que a luz é algo presente nas reflexões da pastoral em 2017 e apontou quatro elementos que são luzes neste contexto: o encontro da Comissão Nacional e das famílias na casa da mãe Aparecida no ano em que é comemorado o tricentenário do achado da imagem de Nossa Senhora; os dez anos da V Conferência do Episcopado Latino Americano, que aconteceu em Aparecida; a exortação apostólica Amoris Laetitia, do papa Francisco; e, por último, aquilo que parece ser escuridão, como a situação atual do Brasil, mas que na verdade quando se percebe, é uma motivação para reagir.
As reflexões sobre o tema “Família, uma luz para a vida em sociedade” estão presentes na assembleia da Pastoral Familiar e também estarão na 9ª Peregrinação e 6º Simpósio Nacional da Família, no subsídio Hora da Família e no XV Congresso Nacional da Pastoral Familiar.
Conferência da Aparecida
Segundo dom Bosco, a Conferência do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), realizada em 2007, no Santuário de Aparecida, foi “muito forte” e o documento que dali surgiu enriqueceu bastante a vida pastoral e a vida eclesial com suas propostas de renovação do trabalho de evangelização. O texto também apresenta indicações para Pastoral Familiar.
A exortação apostólica Amoris Laetitia foi um presente dado pelo papa Francisco, de acordo com dom Bosco, após “um trajeto muito amplo e muito profundo de estudos e aprofundamentos, discussões e polêmicas a respeito da família”. O presidente da CEPVF considera o documento fantástico e “um chacoalhão imenso” na Igreja, na ação evangelizadora e também na Pastoral Familiar.
“E olhando para esse caminho, esse rastro de luz nesses últimos anos eu fico pensando e pergunto para vocês: o que que esse caminho tão luminoso deixou de marcas na nossa vida da Pastoral Familiar?”, indagou dom Bosco.
“Eu acredito que em muitos aspectos nós estamos fazendo a Pastoral Familiar do mesmo jeito que fazíamos há um ano atrás, sem reconhecer o que aconteceu com [a publicação da exortação] Amoris Laetitia, ou com [a realização] dos dois sínodos [sobre a família] ou com esses dez anos [da Conferência] de Aparecida. Quem sabe estamos fazendo Pastoral Familiar do mesmíssimo jeito que fazíamos há dez anos atrás”, instigou apontando a dificuldade de mudança de hábitos e atitudes tão presente na vida das pessoas.
A escuridão do momento atual do Brasil, com as crises e os “cadáveres que começam a aparecer”, os quais que estarrecem e surpreendem a todos, “tudo isso que parece ser escuridão, trevas, noite, na verdade é luz”, de acordo com dom Bosco, pois quando a luz chega nesses pontos escuros é que é possível enxergar o feio, o vergonhoso, perceber a escuridão e começar a reagir, a andar. Essa ausência de luz também acontece na Igreja, na Pastoral Familiar, nas dioceses e nas paróquias, disse o bispo.
Dom João Bosco concluiu sua reflexão recordando a passagem do capítulo 5 do Evangelho de São Mateus, quando Jesus faz o Sermão da Montanha e conclama seus seguidores a serem sal da Terra e luz do mundo. “Nós não somos feitos para brilhar, somos feitos para iluminar, é diferente. Quem brilha é um grande jogador ou um artista ou um político. Nós não temos que brilhar, temos que iluminar”, afirmou destacando a fala de Jesus no versículo 16: “Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus”.
Fonte?http://cnpf.org.br/noticias/1221-2017-05-26-09-40-45
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