Detentos no Ceará são aprovados no Sisu 2017
Quatro presos garantiram vaga para os cursos de Engenharia de Aquicultura, Engenharia de Telecomunicações, Química e Ciências Sociais.

Em meio à crise do sistema prisional, quatro internos de grandes unidades da Região Metropolitana de Fortaleza e da Cadeia Pública de Aracati conseguiram aprovação por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para os cursos Engenharia de Aquicultura, Engenharia de Telecomunicações, Química e Ciências Sociais. Os detentos garantiram vaga na Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Estadual do Ceará (Uece) e no Instituto Federal do Ceará (IFCE).
Um dos internos é Paulo Roberto, detento do Centro de Execução Penal e Integração Social Vasco Damasceno Weyne (Cepis). Ele passou para o curso de Química na UFC. “Já tinha iniciado um curso há uns dez anos e não tinha terminado por falta de dinheiro. Agora eu posso começar de novo e tentar uma oportunidade lá fora. E fazendo faculdade facilita muito”, comenta.
Os outros internos aprovados estão recolhidos na Cadeia Pública de Aracati, no Instituto Psiquiátrico Governador Stênio Gomes (IPGSG) e na Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor José Jucá Neto (CPPL III).
De acordo com a Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus), 34 internos do sistema prisional conseguiram a pontuação necessária para adquirir o certificado de Ensino Médio. Dos que serão certificados, 24 deles são de unidades da Região Metropolitana e dez de cadeias públicas do interior do Estado. O órgão inscreveu, em 2016, 1.382 internos no Enem PPL.
A preparação dos internos ocorre dentro das próprias unidades prisionais com aulas diárias, conforme a Sejus. A pasta afirma que são 154 turmas nos turnos da manhã e da tarde em funcionamento, além de aulões especiais e temáticos realizados às vésperas da realização do Enem PPL.
Para a titular da Sejus, Socorro França, a educação é um dos caminhos que precisam ser fortalecidos na ressocialização dos internos. “Nosso desejo é manter esse número em uma trajetória crescente. Com mais internos ocupados e trilhando um novo caminho para quando saírem da prisão”, ressalta.
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