12/07/2017

São Bento: para trás, Satanás!

por Ávilla Alves

Hoje vos apresento um homem que, com muita oração e trabalho, venceu as armações e as tentações do demônio: São Bento de Núrsia, ou simplesmente São Bento, como todos conhecemos.

Hoje vos apresento um homem que, com muita oração e trabalho, venceu as armações e as tentações do demônio: São Bento de Núrsia, ou simplesmente São Bento, como todos conhecemos.

Filho de um nobre romano, São Bento nasceu no povoado de Sabino, em Núrsia, na Úmbria, por volta do ano de 480. Deu início aos seus estudos em sua terra, e mais tarde se mudou para Roma para estudar filosofia e retórica (a arte da palavra). Por ter se decepcionado com a decadência moral da cidade, ele se mudou para Efide e depois para Subiaco onde encontrou um abade chamado Romano que o deu uma veste de eremita e o instalou em uma gruta onde ele poderia estar a sós com Deus.

Ele viveu por três anos em total recolhimento até que um sacerdote de Monte Preclaro, que havia feito o jantar para o domingo de Páscoa, ouviu uma voz que lhe disse: “Meu servidor morre de fome numa caverna, e tu te preparas deliciosas iguarias”. Ouvindo isso o sacerdote, guiado pela mão de Deus, caminha entre as montanhas e rochas até encontrar finalmente a gruta de São Bento. Depois de rezar com ele por um longo tempo, convida-o a participar de sua refeição, alegando ser aquele um “dia de festa”. Depois de um tempo, o jovem Bento foi descoberto por alguns pastores e, a partir de então, recebia inúmeras visitas para conselhos e orações e logo sua fama se espalhou.

Por causa de sua fama, ele foi convidado a ser o superior do convento de Vicovaro. Os monges não conseguiam suportar suas exortações e a força do seu exemplo, então chegaram ao cúmulo de tentarem matá-lo com uma taça de vinho envenenado. Como era de costume, Bento fez o sinal da cruz sobre o vinho antes de beber, e a taça se despedaçou. Depois disso, abandonou o convento e voltou para sua amada solidão em Subiaco.

São Bento fundou em poucos anos doze mosteiros e organizou a vida monástica comunitária e os mosteiros começaram a florescer. Todos eles seguiam a famosa Regra de São Bento, que é livro escrito por ele com as regras para a vida monástica comunitária. Com 73 capítulos curtos, a regra prioriza o silêncio, a oração, o trabalho, o recolhimento, a caridade fraterna e a obediência. Assim nascia a famosa Ordem dos Beneditinos, ou Ordem de São Bento, que permanece viva e atuante até hoje, seguindo a mesma regra.

Com a pregação e os inúmeros milagres que fazia, inclusive vários exorcismos, o povo começou a se converter. Inúmeras vezes foi tentado pelo inimigo, além de ser ofendido e insultado de tal maneira que os irmãos que estavam ao seu redor podiam escutar as ofensas que ele recebia. O Santo Varão, como também é chamado, vencia o tentador utilizando-se do Sinal da Cruz e da oração contida na Cruz-Medalha.

Ele faleceu em 21 de março de 547, tendo antes anunciado a alguns monges que iria morrer e seis dias antes mandado abrir sua sepultura. Sua irmã gêmea Santa Escolástica havia falecido em 10 de fevereiro do mesmo ano.

A origem da Medalha de São Bento é incerta, sabe-se que ela foi redescoberta em 1647, em Nattremberg, na Baviera, por ocasião da condenação de algumas bruxas, que afirmaram não conseguir praticar qualquer tipo de feitiçaria ou encanto contra lugares em que houvesse a imagem da Cruz, em especial, a abadia de São Miguel em Metten. Intrigados com o fato, as autoridades foram averiguar o que existia no mosteiro. Ao entrarem em uma das dependências, observaram entalhadas nas paredes imagens da cruz tal como estão representadas nas Medalhas utilizadas hoje. Até hoje, a medalha que usamos traz em uma face a figura de São Bento, tendo em uma das mãos o Livro da Regra que escreveu e, em outra, a Cruz com a qual operou tantos milagres. Nessa face, precisamente nos lados esquerdo e direito da medalha, estão gravados os escritos: “Eius In Óbitu Nro Præ Séntia Muniámur” (Sejamos protegidos pela sua presença na hora da nossa morte).  No verso estão gravadas a Cruz e as iniciais da sua oração em latim. Em 1742, o Papa Bento XIV aprovou a medalha, concedendo indulgências a quem a usar e estabelecendo a oração do verso da medalha como uma forma de exorcismo, que se tornou conhecida como Vade retro Satana (Para trás Satanás).

Há muitos séculos conhecida no mundo inteiro, a medalha é venerada devido a sua eficácia contra o Demônio e suas manifestações; é divulgada por trazer em si as graças próprias da santidade de São Bento. Convida-nos ao combate espiritual e nos põe alertas diante da necessidade de abraçar uma vida radical de santidade. Portanto, não é um amuleto nem objeto que possa “dar sorte”. Trata-se de um Sacramental, isto é, um sinal visível de nossa fé, útil para a Piedade Divina que, uma vez abençoado e exorcizado, traz em si graça que representa.

Que possamos nos inspirar no testemunho de doação e de santidade de São Bento, para que possamos vencer as tentações e os ataques do inimigo, nos mantendo da graça santificante de Deus.

A Cruz sagrada seja a minha Luz. Não seja o dragão o meu guia. Retira-te satanás. Nunca me aconselhe coisas vãs. É do mal o que tu me ofereces. Beba tu mesmo do teu veneno. Rogai por nós Bem Aventurado São Bento, para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Ávilla Alves

Postulante na dimensão de Aliança da Comunidade Mariana Boa Semente

Missão Cedro

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