11/11/2017

Recomeçar sempre

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Não é desanimador sempre ficar buscando a santidade e caindo no pecado? Por que não nos entregamos à desgraça de uma vez? Primeiramente recordemos uma coisa importantíssima: somos batizados.

Segundo São João, todos somos pecadores e quem disser que não peca é um mentiroso. Pecamos não somente no que se refere a Deus, mas também aos irmãos. Isso já é mostrado na elaboração dos 10 mandamentos da Lei de Deus pelo próprio Senhor: de um lado (3 primeiros mandamentos) regras relativas à nossa relação com Deus, e do outro (7 restantes) relativas ao nosso irmão. Não é desanimador sempre ficar buscando a santidade e caindo no pecado? Por que não nos entregamos à desgraça de uma vez? Primeiramente recordemos uma coisa importantíssima: somos batizados. Você não fica feliz por isso?! Você foi morto e ressuscitado com Cristo! Você é um novo homem! É aqui que vem a objeção: e por que cai no pecado, meu caro irmão?! O Catecismo da Igreja Católica nos responde no parágrafo 1426:
A conversão a Cristo, o novo nascimento pelo Batismo, o dom do Espírito Santo, o Corpo e o Sangue  de Cristo recebidos como alimento nos tornaram “santos e irrepreensíveis diante dele” (Ef 1,4), como a própria Igreja, esposa de Cristo, é “santa e irrepreensível” (Ef 5,27). Entretanto, a nova vida recebida na iniciação cristã não suprimiu a fragilidade e a fraqueza da natureza humana, nem a inclinação ao pecado, que a tradição chama de concupiscência, que continua nos batizados para prová-los no combate da vida cristã, auxiliados pela graça de Cristo. É o combate da conversão para chegar à santidade e à vida eterna, para a qual somos incessantemente chamados pelo Senhor.
O combate da conversão é a nossa contínua intenção e ação de busca da santidade, levando o nosso espírito a comandar no lugar das vontades da carne. Neste combate, não lutamos sozinhos, mas somos, conforme o Catecismo, “auxiliados pela graça de Cristo”. Isso é o maior conforto que devemos ter conosco, pois, segundo o salmo 26 [27] “O Senhor é minha luz e minha salvação, a quem temerei? O Senhor é o protetor de minha vida, de quem terei medo? No entanto, mesmo sabendo de tudo isso, somos pegos de surpresa e começamos a trilhar o caminho de Judas Iscariotes. Lembra-se dessa história? Judas não acreditou na misericórdia de Deus, perdeu as esperanças e suicidou-se. O contrário, porém, aconteceu com Pedro, com Davi e com o filho pródigo e tantos outros que, mesmo pecando gravemente contra Deus, foram capazes de ter a coragem de experimentar a misericórdia do Senhor. Davi até compôs uma música nesse momento. Deus quer ardorosamente que experimentemos a Sua misericórdia infinita e para isso nos fala como à mulher de Ló: “Não olhes para trás, meu filho”. Se olharmos para trás podemos ficar parados eternamente nos nossos erros e nunca mais voltarmos a dar um passo. O desânimo é um grande inimigo e isso está bem claro a nós. Portanto tomemos a palavra de Deus em 2 Cor 12, 7 – 10 onde São Paulo fala do espinho na carne e da fraqueza transformada em fortaleza. Vemos aí uma grande motivação para continuarmos: quando estivermos no maior baixo ânimo, na falta de esperança, na fraqueza, etc., podemos recomeçar porque Deus é misericórdia! Ele nos ama grandiosamente! Isso deve ser motivo de grande alegria para nós! Devemos ter ainda a certeza manifestada por São Paulo em outra passagem (Rm 7, 14 – 26) de que as vezes até tentamos fazer o bem, mas, sem querer, acabamos fazendo o mal. João Paulo II nos ensina que “Santo não é aquele que não cai, é aquele que mesmo caindo não desiste de levantar”.
Lembremos, enfim, que recomeçar sempre, abrange não somente buscar acertar de novo, pois o reinício leva-nos ao sacramento da confissão que lava-nos por inteiro e nos dá a oportunidade de vivermos com fé a palavra do Senhor: “Sede santos como Eu sou santo”.

Gessé da Silva Cosmo

Postulante na dimensão de Aliança da Comunidade Mariana Boa Semente

Missão Pedra Branca

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