Propósitos penitenciais para o Ano Mariano
por Boa SementeEste Ano Nacional Mariano é um tempo propício para fazer bons propósitos de penitência. No início do Tempo Comum, neste Ano Nacional Mariano, somos chamados a fazer uma revisão de vida a respeito das nossas penitências. Pois, se estas fazem parte da vivência autêntica do cristianismo, muito mais neste ano dedicado a Santíssima Virgem Maria […]
Este Ano Nacional Mariano é um tempo propício para fazer bons propósitos de penitência.
No início do Tempo Comum, neste Ano Nacional Mariano, somos chamados a fazer uma revisão de vida a respeito das nossas penitências. Pois, se estas fazem parte da vivência autêntica do cristianismo, muito mais neste ano dedicado a Santíssima Virgem Maria devemos ser fiéis às práticas penitenciais prescritas pela Igreja Católica. Além disso, este Ano Mariano é muito sugestivo para fazermos propósitos de penitência.
Em várias de suas aparições, Nossa Senhora pediu que fizéssemos penitências pela conversão e salvação dos pecadores. Talvez porque muitos de nós estamos esquecendo de fazer as penitências que deveríamos. Ademais, aos seus fiéis devotos, servos e consagrados, a Virgem Maria convida a oferecer algo a mais do que o comum dos cristãos. Para tanto, devemos saber primeiramente quais são as nossas penitências obrigatórias e certificar-nos que as estamos cumprindo fielmente, para depois pensarmos em fazer algo a mais, por amor a Jesus Cristo e a Nossa Senhora.
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O sacramento da Penitência ou Confissão
O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que: “É pelo sacramento da Penitência que o batizado pode ser reconciliado com Deus e com a Igreja”[1]. Os Padres da Igreja com razão chamavam o sacramento da Penitência de “Batismo laborioso”. Pois, este Sacramento é necessário para a salvação das pessoas que caíram no pecado depois do Batismo, da mesma forma que o Batismo é necessário para as pessoas que ainda não foram regeneradas por Cristo. Sendo assim, neste Ano Mariano, somos chamados a viver bem o sacramento da Confissão, que nos coloca novamente em estado de graça e nos ajuda a perseverar em nossa busca pela santidade.
O sacramento da Penitência apaga a culpa adquirida por causa dos nossos pecados, mas permanece a pena devida por estes. Por isso, o Sacerdote nos dá uma penitência para cumprir depois da Confissão. Nesse sentido, as práticas penitenciais, como o jejum, a esmola e a oração, são necessárias para tentar pagar, já neste mundo, essa “dívida”.
A abstinência de carne e o jejum como formas de penitência
O Código de Direito Canônico determina que: “Os dias e tempos de penitência na Igreja universal são todas as sextas-feiras do ano e o tempo da Quaresma”[2]. Sendo assim, devemos guardar a abstinência de carne ou de outro alimento todas as sextas-feiras do ano, a não ser que coincidam com algum dia enumerado entre as solenidades. Segundo determinações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a abstinência de carne pode ser substituída por uma obra de caridade, um ato de piedade ou abster-nos de outro alimento no lugar da carne.
A abstinência e o jejum são conjuntamente obrigatórios na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Quanto à idade que nos obriga à abstinência, o Código determina que:
Estão obrigados à lei da abstinência os que completaram catorze anos de idade; à lei do jejum estão sujeitos todos os maiores de idade até terem começado os sessenta anos. Todavia os pastores de almas e os pais procurem que, mesmo aqueles que, por motivo de idade menor não estão obrigados à lei da abstinência e do jejum, sejam formados no sentido genuíno da penitência[3].
Neste Ano Mariano, além da abstinência de carne e do jejum obrigatórios, podemos fazer propósitos de abstinência e de jejum para primeiramente mortificar a nossa carne e como penitência por nossos pecados, mas também como penitência pelos pecadores, especialmente aqueles que não têm quem reze por eles. Além da Sexta-feira, a Quarta-feira é por tradição um dia penitencial. Sendo assim, este também é um dia sugestivo, no qual podemos assumir algum tipo de penitência.
A esmola e a oração como formas de penitência
A nossa penitência interior pode ter expressões bem variadas. As Sagradas Escrituras e os Santos Padres insistem principalmente em três formas de penitência: o jejum, a oração e a esmola, que exprimem a conversão com relação a nós mesmos, a Deus e aos outros[4]. Assim, compreendemos que a oração e a esmola são também formas de nos penitenciar, primeiramente pelos nossos pecados, mas também pelos pecados de outras pessoas, inclusive pelas almas do purgatório. A partir da consciência do caráter penitencial da oração e da esmola, podemos fazer bons propósitos para este Ano Mariano.
Aquelas pessoas que não rezam o Terço, podem começar a rezá-lo pelos menos uma vez por semana. As pessoas que já rezam, podem fazer o propósito de rezá-lo com mais frequência. Aqueles que já o rezam diariamente, podem dispor-se a rezar um Terço a mais em alguns dias da semana ou até mesmo todos os dias.
Quanto à esmola, neste Ano Mariano podemos procurar conhecer uma família necessitada e fazer o propósito de ajudá-la em suas necessidades materiais e espirituais. Se não temos condições de ajudar financeiramente, podemos nos dispor a colaborar na coleta e distribuição de alimentos em nossa comunidade. Podemos ainda fazer parte de alguma pastoral, como a dos enfermos. O que importa é a generosidade com que nos dispomos a essas práticas.
Propósitos de penitência para o Ano Mariano
O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que a conversão e a penitência se realizam em nossas vidas por meio de gestos de reconciliação:
…do cuidado dos pobres, do exercício e da defesa da Justiça e do direito, pela confissão das faltas aos irmãos, pela correção fraterna, pela revisão de vida, pelo exame de consciência pela direção espiritual, pela aceitação dos sofrimentos, pela firmeza na perseguição por causa da justiça. Tomar sua cruz, cada dia, seguir a Jesus é o caminho mais seguro da penitência[5].
O Catecismo também ensina que a conversão e a penitência cotidiana encontram sua fonte e seu alimento na Eucaristia, pois nela se torna presente o sacrifício de Cristo, que nos reconciliou com Deus. Pela Eucaristia, somos nutridos e fortificados, se vivemos da vida de Cristo. A Eucaristia é o antídoto que nos liberta de nossas faltas cotidianas e nos preserva dos pecados mortais[6].
A leitura das Sagradas Escrituras, a oração da Liturgia das Horas e do Pai-nosso, e todo ato sincero de culto ou de piedade reaviva em nós o espírito de conversão e de penitência e contribui para o perdão dos pecados[7].
Portanto, temos para este Ano Nacional Mariano muitas formas de penitência que podemos assumir como propósitos, primeiramente por amor a Deus e a Nossa Senhora, pela nossa conversão, penitência e salvação, mas também pelos pobres pecadores e pelas almas do purgatório. Assim sendo, peçamos a Virgem Maria que nos inspire bons propósitos neste ano dedicado a ela.
Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós!
Links relacionados:
CANÇÃO NOVA FORMAÇÃO. Saiba quais são os tipos de jejum.
PADRE PAULO RICARDO. A lei da abstinência.
TODO DE MARIA. Três propósitos para 2017, o Ano Mariano.
Referências:
[1] PAPA JOÃO PAULO II. Catecismo da Igreja Católica, 980.
[2] PAPA JOÃO PAULO II. Código de Direito Canônico, cânon 1250.
[3] Idem, cânon 1252.
[4] PAPA JOÃO PAULO II. Catecismo da Igreja Católica, 1434.
[5] Idem, 1435.
[6] Idem, 1436.
[7] Idem, 1437.
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