18/01/2021

Para combater a desordem, a virtude da ordem

por Leninha Silva

“A virtude é uma disposição habitual e firme para praticar o bem. Permite à pessoa não somente praticar atos bons, mas dar o melhor de si mesma. A pessoa virtuosa tende para o bem com todas as suas forças sensíveis e espirituais; procura o bem e opta por ele em atos concretos”. (CIC 1803)

Deus nos amou concretamente quando o Verbo se fez carne, habitou entre nós e numa cruz morreu por nós. Assim também nós devemos amá-lo ─ em atos concretos. Pois, como afirma Santo Agostinho: O Deus que te criou sem ti, não te salvará sem ti.

Para amarmos a Deus com as nossas atitudes, devemos considerar que existe uma íntima relação entre a ordem, enquanto virtude, e o nível de correspondência do nosso amor a Deus. Infelizmente, somos muitos bons no dizer, mas muito falhos no fazer. Podemos citar como exemplo da nossa negligência a nossa relação com os bens materiais que, muitas vezes, se encontra desordenada, ao colocarmos as coisas acimas das pessoas, e até mesmo de Deus, fazendo o oposto do que o Senhor nos pede no Seu primeiro mandamento: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo. O pecado é, portanto, a fonte de toda desordem.

Em seu livro A Virtude da Ordem, Francisco José de Almeida nos ensina que a ordem exterior é reflexo de uma outra ordem mais fundamental, que é a interior. O autor aponta que a virtude da ordem tem um objetivo muito alto: o de ordenar todos os nossos atos para a ordem querida por Deus para nós.

Agora, com maior clareza, podemos compreender a origem do caos instalado à nossa volta: a usurpação do lugar de Deus causada pela insubordinação do homem; o olhar do homem voltado demasiadamente para si mesmo, no lugar de enxergar a necessidade do outro; as satisfações imediatas em vez da luta pela santidade. O homem voltado para o que é temporal satisfaz o desejo da sua carne e esquece da necessidade da sua alma que viverá eternamente.

Observemos, então, se a nossa vida anda bagunçada, se atropelamos os compromissos, se nos sentimos cansados e sem direção. Pois isso indica que não aprendemos a estabelecer prioridades para nossa vida. Podemos estar correndo muito, mas fora do caminho, como diz Santo Agostinho. E, quanto mais corremos, mais nos distanciamos da nossa meta última.

Para amarmos a Deus como Ele merece ser amado, empenhemo-nos com firmeza, auxiliados pela graça de Deus, em cultivar essa humilde virtude, serva de todas as outras ─ A Virtude da Ordem.

 

 

Maria Erilene da Silva

Noviça na dimensão de Aliança da Comunidade Mariana Boa Semente – Missão Icó

2 Comentários
  1. Karyne disse:

    A ordem e o zelo de não correr fora do caminho e assim nos cansarmos pelos objetivos finitos e deixarmos O infinito de lado! Amei o texto!

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