07/05/2020

O que é prática pastoral?

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Padre Zezinho em uma de suas canções nos diz: “É preciso pescar diferente que o povo já sente que o tempo chegou”. De fato, o tempo chegou. É a hora!

A Igreja no Brasil, por meio de seus representantes, desde a V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe realizado em Aparecida no ano de 2007, vem buscando “repensar profundamente e a relançar com fidelidade e audácia sua missão nas novas circunstâncias” (DAP 11) e refletir sobre a ação pastoral desde as suas organizações gerais até as pequenas comunidades paroquiais e a promovê-las a fim de que se tornem comunidade de comunidades.

Padre Zezinho em uma de suas canções nos diz: “É preciso pescar diferente que o povo já sente que o tempo chegou”. De fato, o tempo chegou. É a hora! Mais que nunca  a Igreja precisa despertar e fazer acontecer um novo jeito de evangelizar, pois as urgências atuais são outras, inúmeras e por vezes bastante desafiadoras.

Planejamento pastoral e mudança das ações se fazem  em primeiro lugar na escuta e reflexão da Palavra de Deus a qual se atualiza no nosso tempo; requer de nós um olhar espiritual para ver e perceber os sinais e um olhar clínico para discernir quais meios devem ser tomados a fim de que um novo cenário cristão e humano possa despertar no mundo contrmporâneo.

A construção de novas metas a serem atingidas para uma prática pastoral eficaz se dará a partir da participação efetiva e afetiva do povo de Deus (leigos, religiosos e clérigos); numa constante busca de responder às grandes perguntas do mundo moderno, sem esquecer o Cristo e sua missão que é sempre a mesma ontem, hoje e sempre.

A mais perfeita escola para aprender o método cristão é a de Jesus. Ouvir Dele e deixar ser conduzido por seus ensinamentos e atitudes. A sua prática é sempre modelo para nossa evangelização, não sendo necessária tantas tentativas extraordinárias, mas tão somente: “fazer tudo o que Ele disser” (Jo 2,5).

Precisa-se urgentemente que saiamos de nossos mundinhos, nossas realidades pessoais e comunitárias, e cheguemos ao povo, às suas casas, trabalhos, lazer, escolas, aos seus corações. Sem o conhecimento da realidade nua e crua em que o nosso povo vive, não será nunca possível sentir o cheiro de tais ovelhas e ser um com elas, despertando nelas o desejo de ser uma conosco.

Chegou o tempo de mudança de direção, desde nossa agenda de compromissos e horários pré-estabelecidos, de formação, reunião, eventos. O ser humano e sua vida precisa ser o maior evento que podemos evidenciar, e se preciso for é necessário mudar até nossos horários e pontos de missão.

As pessoas quando são acolhidas e enviadas para os serviços conforme seus dons tornam-se grandes protagonistas do serviço paroquial, pois estarão sempre motivadas e cheias de iniciativas que, por uma boa formação irão promover a comunhão entre todos.

Refletir nas canções litúrgicas é muito engrandecedor para o nosso agir em determinadas situações. “Quem disse que não somos nada, que não temos nada para oferecer, recebe nossas mãos abertas trazendo as ofertas do nosso viver”…apresenta-se aí um grande clamor vindo de muitos de nossos irmãos leigos, principalmente os pobres, os jovens e os idosos. Perceber neles a sua boa vontade e o desejo de doar-se pelo serviço do Reino são muito difíceis na nossa igreja, pois eles não trazem consigo os elementos do mundo moderno que espera números, e não qualidade.

Chegou o tempo em que se precisa acolher, formar e enviar a todos, pois cada um tem seu potencial, e o mais importante que é o desejo sincero de oferecer a vida pela causa de Deus. Dom Eduardo Pinheiro disse: “Não basta dizer que as portas da igreja estão abertas para os jovens, é preciso alguém na porta para esperá-los e acolhê-los”. Os jovens são vistos pela maioria dos pastores como uma porção do povo de Deus que não tem jeito, pois não têm compromisso. Infelizmente não se percebe a falta de abertura a estes jovens ainda. Não se dá oportunidades de serviço e não se cuida como pessoa e sim como massa que some e desaparece. Claro que onde o jovem não se encontra como útil ele fugirá, mas se permanecesse com certeza ali ele faria a experiência com Jesus e com a comunidade cristã.

A partir do conhecimento da realidade de nosso povo, precisamos planejar ouvindo os diversos protagonistas e suas situações, sempre dispostos a mudar o que o que já é tradição ou a história que “sempre foi assim e deu certo”. A constante avaliação e formulação do plano produz sempre um processo, pois dinamicidade no evangelizar levará a uma contínua alegria naqueles que estarão envolvidos no processo de evangelização, promovendo naqueles que foram alvos da ação pastoral, um desejo de serem também evangelizadores.

O encontro sempre deve ser com a pessoa de Cristo, e na medida em que esse encontro for renovado diariamente, construiremos um empolgante caminho rumo ao céu.

Diácono Durval Filho

Diocese de Quixadá

Consagrado na dimensão de Aliança da Comunidade Mariana Boa Semente

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