19/08/2021

A paciência

por Karyne Araújo Santiago

Nossa família chegou em Baturité no domingo, por volta das 18 horas, da viagem que comumente fazemos aos fins de semana pra Quixeramobim. Luísa, nossa filha mais velha, pediu pra irmos a uma churrascaria ao lado da nossa casa, para ir ao parquinho de lá. Chegamos em casa e nos preparamos pra ir. Luísa e […]

Nossa família chegou em Baturité no domingo, por volta das 18 horas, da viagem que comumente fazemos aos fins de semana pra Quixeramobim. Luísa, nossa filha mais velha, pediu pra irmos a uma churrascaria ao lado da nossa casa, para ir ao parquinho de lá. Chegamos em casa e nos preparamos pra ir. Luísa e Diana iam na frente com o Leonardo, meu marido, e eu ia atrás com a Teresa, dando seus pequenos passinhos pela calçada, nos 50 metros que separam nossa casa do local que íamos jantar. Essa cena, que parece não ter nada de incomum, só foi possível graças a leitura de um livreto, que foi um pequeno passo que eu dei em direção a uma virtude: a paciência. Há um mês atrás, eu teria colocado a Teresa no colo e jamais teria esperado ela ir caminhando até a esquina, pois iria querer chegar mais rápido lá. E isso realmente passou pela minha cabeça, sendo o primeiro impulso que tive, até eu trazer à mente: eu preciso ter pressa agora?

Não, eu não precisava. Durante o caminho, eu a vi apontar para os seus pezinhos que pisavam em folhas secas, para o mato que tinha nascido entre as brechas da calçada, sorrindo quando se aproximava em mini passinhos das irmãs que iam na frente.

Eu contemplei aquele momento, e meditei em tantos outros.

A impaciência é um dos maiores impedimentos para a meditação e a contemplação, que se cultivam colocando a devida atenção ao que se passa no momento que se está vivendo. A contemplação deve estar não só num momento de oração, mas no cotidiano, na realidade, no comum.

A pressa, muitas vezes, não é só aguçada por fatores externos, mas em sua maioria é fruto da desorganização de assumir compromissos além do tempo que se tem disponível. O resultado disso é a ansiedade, a fadiga mental, os pensamentos acelerados, o cansaço físico, a irritação, não só de quem é impaciente, mas também dos que convivem.

Para os impacientes, como eu, um exercício muito bom é ver atentamente o nascer e o pôr do sol no horizonte: na sua beleza e no seu tempo. Na sua calma, o sol ressurge e se esconde todos os dias.

Que a nossa vida não seja sempre uma maratona, uma corrida pra chegar logo sem saber por onde vai passando, mas uma peregrinação, atenciosa, meditativa e prudente.

Karyne Araújo Santiago

Postulante na dimensão de Aliança da Comunidade Mariana Boa Semente

Missão Baturité

5 Comentários
  1. Daiane Marques disse:

    Que belo texto!preciso contemplar mais,viver o ordinário com paciência

  2. Mayse Soares de Almeida disse:

    Que maravilha a vivência das virtudes em busca da santidade no cotidiano . Louvado seja Deus

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