A brancura que nenhum sabão em pó é capaz de proporcionar: uma discussão sobre a Ideologia de Gênero
por Roberto EdnísioAinda surpresos pelo posicionamento de marcas que fogem do escopo de seu core business para entrar no ensino de como os pais devem educar seus filhos propondo-lhes recall de brincadeiras e conceitos de arte em que a zoofilia, exposição de criança ao nu e vilipêndio a símbolos religiosos são vistos apenas como opinião ou performance, nossas família estão […]
Ainda surpresos pelo posicionamento de marcas que fogem do escopo de seu core business para entrar no ensino de como os pais devem educar seus filhos propondo-lhes recall de brincadeiras e conceitos de arte em que a zoofilia, exposição de criança ao nu e vilipêndio a símbolos religiosos são vistos apenas como opinião ou performance, nossas família estão cada vez mais sujeitas ao que podemos chamar de ideologia ou ditadura de gênero.
Seu costumeiro argumento é o das liberdades individuais, mas ao mesmo tempo condenam e rotulam (o que eles odeiam!) de retrógrados e atrasados quem discorda deles. A criança tem direito a sua pureza que resplandece a brancura de coração que nenhum sabão é capaz de proporcionar!
As teorias em sua defesa são meramente ideológicas e se baseiam em premissas falsas, desmentidas pela biologia e seus defensores pesquisadores não sabem conviver com o contraditório, condenando-o a partir do mesmo comportamento que acusam os discordantes desse pensamento.
A ideologia de gênero traz dentre outros prejuízos à destruição da família, que já não deveria ser mais um núcleo natural formado por um homem e uma mulher, entretanto um arranjo ou aglomerado de pessoas sem prescindir o caráter sagrado e sacramental do matrimônio que é a união natural desejada por Deus.
Tal concepção traz consigo um profundo desejo de individualismo travestido de liberdade que ignora primeiramente a criação e toda sua fisiologia bem como sua própria identidade. Essa decisão ignoraria qualquer apelo ou conclusão da natureza, da ciência ou mesmo da razão.
Recentemente, em 30 de janeiro de 2015, durante visita ad limina de bispos austríacos, o Papa Francisco, ao responder uma pergunta, disse que “a ideologia de gênero é demoníaca!”. Escrevendo sobre a ideologia de gênero, bispo Dom Laun que fez a pergunta ao Papa, explicou que a “tese central desse doentio raciocínio é o resultado final de um feminismo radical que o lobby homossexual fez seu”.
Mais recentemente na encíclica Laudato Si ele afirma que a aceitação do próprio corpo como dom de Deus é necessária para acolher e aceitar o mundo inteiro como dom do Pai e casa comum; pelo contrário, uma lógica de domínio sobre o próprio corpo transforma-se numa lógica, por vezes sutil, de domínio sobre a criação. Aprender a aceitar o próprio corpo, a cuidar dele e a respeitar os seus significados é essencial para uma verdadeira ecologia humana. Também é necessário ter apreço pelo próprio corpo na sua feminilidade ou masculinidade, para se poder reconhecer a si mesmo no encontro com o outro que é diferente. Assim, é possível aceitar com alegria o dom específico do outro ou da outra, obra de Deus criador, e enriquecer-se mutuamente. Portanto, não é salutar um comportamento que pretenda « cancelar a diferença sexual, porque já não sabe confrontar-se com ela ».
O Papa Bento XVI já apontava os erros dessa questão ao afirmar que de acordo com tal filosofia, o sexo já não é um dado originário da natureza que o homem deve aceitar e preencher pessoalmente de significado, mas uma função social que cada qual decide autonomamente, enquanto até agora era a sociedade quem a decidia, afirmou. Salta aos olhos a profunda falsidade desta teoria e da revolução antropológica que lhe está subjacente.
O documento sobre a ética sexual afirma que a pessoa humana, segundo os dados da pesquisa científica contemporânea, é tão profundamente afetada pela sexualidade, que esta deve ser considerada como um dos fatores que conferem à vida de cada um dos indivíduos os traços principais que a distinguem. É do sexo, efetivamente, que a pessoa humana recebe aqueles caracteres que, no plano biológico, psicológico e espiritual, fazem-na homem e mulher, condicionando por isso, em grande escala, a sua consecução da maturidade e a sua inserção na sociedade.
Trazendo para um lado mais secular, queria trazer também alguns contrapontos sobre o assunto. A doutora em Microbiologia e Imunologia com atuação na área de Bioética e professora da Universidade de Brasília (UnB), Lenise Garcia relata que essa tendência de diferenciação entre “sexo biológico” e “sexo social”, enquanto construção das condutas e normas da sociedade é bastante complexa e pouco estudada devido aos próprios empecilhos criados pelos adeptos da Ideologia de Gênero.
Discute ainda que os ativistas não permitem estudos mais aprofundados na área, pelo temor de que se leve a algum tipo de preconceito ou algo nessa linha. Não se levam em conta os corporais e fisiológicos muito menos da estrutura social que também tem suas influências, mas reafirma que cada um de nós nasce com características que são próprias, seja de homem ou de mulher, que são inatas e não existe como modificar isso devido a uma questão social.
Os pais precisam ter um cuidado especial frente ao uso de personagens infantis e filmes com feição singela e meiga, mas que escondem o verdadeiro objetivo de causar confusão na cabeça das crianças. Cabe aos pais e não a indústria, seja ela qual for, decidir sobre o que seus filhos devem ser expostos porque serão eles que irão cuidar de possíveis problemas que essas sugestões e inserções externas trarão para a vida de suas famílias.
Roberto Ednísio, pai, teólogo e postulante da CAL.
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