1° DIA DO TRÍDUO A SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA (Quarta-feira)
por Boa Semente1 – SINAL DA CRUZ. 2 – VINDE ESPÍRITO SANTO. 3 – ORAÇÃO INICIAL. “Ó Espírito Santo, que é amor do Pai e do Filho, se digne cobrir com a sua caridade a multidão dos nossos pecados. A ele é devida honra e glória pelos séculos dos séculos. Assim seja.” (Santo Antônio de Pádua) […]
1 – SINAL DA CRUZ.
2 – VINDE ESPÍRITO SANTO.
3 – ORAÇÃO INICIAL.
“Ó Espírito Santo, que é amor do Pai e do Filho, se digne cobrir com a sua caridade a multidão dos nossos pecados. A ele é devida honra e glória pelos séculos dos séculos. Assim seja.” (Santo Antônio de Pádua)
4 – O QUE DIZ A IGREJA SOBRE SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA.
O Papa Sisto IV, na sua Carta Apostólica Immensa, de 12 de março de 1472, escreve o seguinte:
“O bem-aventurado Antônio de Pádua, como astro luminoso que surge do alto, com as excelentes prerrogativas dos seus méritos, com a profunda sabedoria e doutrina das coisas santas e com a sua fervorosíssima pregação, ilustrou, adornou e consolidou a nossa fé ortodoxa e a Igreja católica”.
5 – MEDITAÇÃO COM SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA.
1° PARTE DO SERMÃO DO DOMINGO DA SEXAGÉSIMA.
PARÁBOLA DO SEMEADOR: Mateus 13, 1-9; Marcos 4, 3-9 e Lucas 8, 4-8.
Saiu o semeador a semear (1).
1. Aos pregadores fala Isaías (2): Bem-aventurados vós os que semeais sobre as águas. As águas, como diz S. João no Apocalipse (3), são os povos. Deles escreve Salomão nas Parábolas (4): Todos os rios saem o mar e ao mar voltam. Nota que é dupla a amargura, a da culpa original e a da morte corporal. Portanto, todos os rios, isto é, todos os povos saem do mar, isto é, da amargura da culpa original. Por isso, pôde dizer David (5): Eis que fui concebido na iniquidade. E o Apóstolo (6): Todos nascemos filhos da ira. E voltam ao mar, ou seja, à amargura da morte corporal.
Daí o dizer do Eclesiástico (7): Quão pesado jugo está sobre os filhos de Adão desde o dia em que eles saem do ventre de sua mãe; e ainda: Ó morte, quão amarga é a tua memória (8). Destas duas afirmações diz o Senhor ao pecador: És terra, pela imundície da concepção, e voltarás à terra (9) pela incineração do teu corpo. Bem-aventurados, portanto, vós os que semeais sobre as águas.
A semente, como diz Deus no Evangelho de hoje, é a palavra de Deus (10). Portanto, para merecer ser bendito entre os bem-aventurados, lançarei entre vós a semente, em nome de Jesus Cristo, que saiu do seio do Pai e veio ao mundo espalhar a sua semente (11), porque um e o mesmo é o Deus do Novo e do Velho Testamento (12), Jesus Cristo, Filho de Deus.
Por isso, diz em Isaías (13): Eu mesmo, que falava, eis aqui estou. Eu, que falava aos vossos pais pelos profetas, estou presente pela realidade da Encarnação (14). Por isso, façamos concordar ambos os Testamentos em honra dum só Deus, para utilidade dos ouvintes, segundo aquilo que Ele mesmo me conceder. Digamos, pois: Saiu o semeador… (15).
2. No presente domingo, lê-se na Igreja o Evangelho do semeador e da semente, recita-se e canta-se a história de Noé e da construção da arca; e no Introito da missa canta-se: Levanta-te; porque dormes, Senhor (16)? e lê-se a Epístola de S. Paulo aos Coríntios (17): Suportais de bom grado os insensatos. Em nome do Senhor, portanto, poremos de acordo tudo isto.
Saiu… Neste Evangelho são dignas de pôr em relevo seis coisas: o semeador, a semente, o caminho, a pedra, os espinhos e a boa terra. E na história desde dia igualmente se notam seis coisas: Noé e os cinco compartimentos da arca: o primeiro para o esterco, o segundo para o armazém, o terceiro para os animais ferozes, o quarto para os mansos, o quinto para os homens e as aves (18). Mas atende com muito cuidado que o quarto e o quinto, nesta concordância, se tomam por um só compartimento. Diga-se, portanto: Saiu o semeador etc.
A Arca de Noé é a Igreja de Cristo.
3. O semeador é Cristo ou quem o anuncia; a semente é a palavra de Deus (19); o caminho são os luxuriosos; a pedra, os falsos religiosos; os espinhos, os avarentos e os usurários; a boa terra, os penitentes e os justos; e que isto seja verdadeiro provemo-lo com autoridades.
O semeador é Cristo. Lê-se no Gênesis (20): Isaac semeou na terra de Gerara e recolheu no mesmo ano o cêntuplo. Isaac interpreta-se gozo (21) e simboliza Cristo (22), alegria dos santos, que, no dizer de Isaías (23), obterão o gozo e a alegria: gozo da humanidade glorificada de Cristo; alegria da visão de toda a Trindade. Este nosso Isaac semeou na terra de Gerara, que se interpreta desterro (24), e significa este mundo, do qual o Profeta (25) escreve: Ai de mim, porque se prolongou o meu desterro, isto é, a minha peregrinação.
Na terra de Gerara, portanto, ou seja, neste mundo, semeou três espécies de sementes: a santidade duma vida louvável, a pregação do reino celeste, a operação de milagres. E no mesmo ano recolheu o cêntuplo. Advirta-se que toda a vida de Cristo se diz ano de perdão e benignidade. Assim como no ano há quatro estações: o Inverno, a Primavera, o Verão e o Outono, também na vida de Cristo houve o inverno da perseguição de Herodes, por causa da qual fugiu para o Egito; a primavera da pregação, e então apareceram as flores (26), isto é, as promessas da vida eterna (27), e a voz da rola, isto é, do Filho de Deus, se ouviu na nossa terra: Fazei penitência, pois que está próximo o reino dos céus (28); o estio da Paixão, de que escreve Isaías (29): Meditou no seu espírito austero num dia de ardência.
Cristo, num dia de ardência, isto é, da sua Paixão (30), meditou no seu espírito austero, inflexível para suportar a Paixão, enquanto pendia na cruz, como condenaria o diabo, livraria o gênero humano do seu poder e infligiria aos pecadores obstinados a pena eterna. Isto dizia noutro lugar o mesmo profeta (31): O dia da vingança está no meu coração.
Houve o outono da sua Ressurreição, em que, sacudidas as palhas da humilhação e o pó da morte, aquela humanidade, unida ao Verbo, gloriosa e imortal, foi posta de novo no celeiro, isto é, à direita do Pai. Com razão se diz, pois: E no mesmo ano recolheu o cêntuplo, isto é, escolheu os Apóstolos a quem foi dito: Recebereis o cêntuplo… (32). Ou então, recebeu o cêntuplo, isto é, a centésima ovelha, ou seja, o gênero humano, que transportou, cheio de alegria, sobre os seus próprios ombros pregados à cruz, até a companhia das nove ordens de anjos (33). Vê-se, portanto, abertamente que o semeador é Cristo.
4. Este é Noé, a quem disse o Pai: Faz uma arca de madeiras aplainadas; farás na arca uns pequenos compartimentos, e calafetá-los-ás com betume por dentro e por fora. E hás-de fazê-la do seguinte modo: o comprimento da arca será de trezentos côvados, a largura de cinquenta côvados e a altura de trinta côvados (34). Noé interpreta-se descanso (35) e significa Jesus Cristo (36), que diz no Evangelho (37): Vinde a mim todos os que trabalhais no Egito, no lodo da luxúria e no tijolo da avareza, e estais sobrecarregados com o jugo da soberba, e eu vos farei descansar.
Este, como se diz no Gênesis (38), nos consolou dos trabalhos e das fadigas das nossas mãos, nesta terra que Deus amaldiçoou. A este disse o Pai: Faz para ti uma arca. A arca é a Igreja (39). Saiu, portanto, Cristo a semear; saiu também a fabricar a sua Igreja de madeiras aplainadas, isto é, de santos puros e perfeitos; e calafetou-os com o betume da misericórdia e da caridade (40): por dentro no afeto, e por fora no efeito das obras. O seu comprimento é de trezentos côvados por causa das três ordens que nela existem: Noé, Daniel e Jó, isto é, os Prelados, os célibes e os casados (41).
A largura de cinquenta côvados refere-se aos penitentes da mesma Igreja (42). Com efeito, no quinquagésimo dia depois da Páscoa foi conferida aos Apóstolos pelo Espírito Santo a infusão da graça; e no Salmo cinquenta, Tem piedade de mim, ó Deus, promete-se aos penitentes a remissão dos pecados (43). A altura de trinta côvados refere-se aos fiéis da mesma Igreja, por causa da fé na Santíssima Trindade. Saiu, portanto, Cristo do seio do Pai e veio ao mundo para semear e construir a sua Igreja, na qual se conserva a semente não corruptível, mas que permanece por séculos de séculos.
(continua amanhã)
6 – LADAINHA DE SANTO ANTÔNIO
Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus, ouvi-nos Jesus, ouvi-nos.
Jesus, atendei-nos Jesus, atendei-nos.
Deus Pai celestial, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima Trinidade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santo Antônio de Pádua, rogai por nós.
Santo Antônio, íntimo amigo do Menino Deus, rogai por nós.
Santo Antônio, Servo da Mãe Imaculada, rogai por nós.
Santo Antônio, fiel Filho de São Francisco, rogai por nós.
Santo Antônio, homem da santa oração, rogai por nós.
Santo Antônio, amigo da pobreza, rogai por nós.
Santo Antônio, lírio de castidade, rogai por nós.
Santo Antônio, modelo de obediência, rogai por nós.
Santo Antônio, amante da vida oculta, rogai por nós.
Santo Antônio, depreciador da glória humana, rogai por nós.
Santo Antônio, rosa de caridade, rogai por nós.
Santo Antônio, espelho de todas as virtudes, rogai por nós.
Santo Antônio, sacerdote segundo o Coração do Altíssimo, rogai por nós.
Santo Antônio, imitador dos apóstolos, rogai por nós.
Santo Antônio, mártir de desejo, rogai por nós.
Santo Antônio, coluna da Igreja, rogai por nós.
Santo Antônio, amante cuidadoso das almas, rogai por nós.
Santo Antônio, propugnador da fé, rogai por nós.
Santo Antônio, doutor da verdade, rogai por nós.
Santo Antônio, batalhador contra a falsidade, rogai por nós.
Santo Antônio, arca do testamento, rogai por nós.
Santo Antônio, trombeta do Evangelho, rogai por nós.
Santo Antônio, Apóstolo dos pecadores, rogai por nós.
Santo Antônio, extirpador dos crimes, rogai por nós.
Santo Antônio, reabilitador dos criminosos, rogai por nós.
Santo Antônio, reformador dos procedimentos, rogai por nós.
Santo Antônio, conquistador dos Corações, rogai por nós.
Santo Antônio, auxílio dos aflitos, rogai por nós.
Santo Antônio, terror dos demônios, rogai por nós.
Santo Antônio, ressuscitador dos mortos, rogai por nós.
Santo Antônio, restituidor das coisas perdidas, rogai por nós.
Santo Antônio, glorioso taumaturgo, rogai por nós.
Santo Antônio, santo do mundo inteiro, rogai por nós.
Santo Antônio, Glória da Ordem dos Menores, rogai por nós.
Santo Antônio, alegria da corte celestial, rogai por nós.
Santo Antônio, amável patrono nosso, rogai por nós.
Cordeiro de Deus que tiras os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus que tiras os pecados do mundo, escutai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus que tiras os pecados do mundo, tende piedade de nós.
Rogai por nós Santo Antônio de Pádua.
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Oremos
Alegre, Senhor Deus, a tua Igreja a solenidade votiva de Santo Antônio, confessor e doutor, para que sempre se encontre fortalecida com socorros espirituais e mereça alcançar as alegrias eternas.
7 – ORAÇÃO FINAL
“Rogamos-te, pois, Senhor Jesus, que nos faças terra boa, capaz de receber a semente da tua palavra e produzir fruto digno de penitência, para que possamos viver eternamente na tua glória. Auxilia-nos, tu que és bendito por séculos de séculos. Assim seja.” (Santo Antônio de Pádua).
Santo Antônio de Pádua, Rogai por nós!
Deus te abençoe e Maria te guarde!
Antônio Gomes
Formador (Consagrado na dimensão de Aliança) da Comunidade Mariana Boa Semente
Missão Quixeramobim (Sede)
Fonte: SANTO ANTÔNIO DE LISBOA. Obras Completas. Sermões Dominicais e Festivos (Volume 1).
Introdução, tradução e notas por Henrique Pinto Rema.
Lello e Irmão Editores, Porto, 1987; págs 37-53.
1. Lc 8, 5.
2. Is 32, 20 (Vg… super omnes…).
3. Cf. Ap 17, 15
4. Cf. Ecle 1, 7.
5. Sl 50, 7 (Vg. Ecce enim…).
6. Cf. Ef 2, 3.
7. Cf. Ecli 41, 1.
8. Ecli 41, 1.
9. Cf. Gen 3, 19 e Glo. Ord., ibi.
10. Lc 8, 11.
11. Glo. Ord., Lc 8, 5.
12. Cf. INOC., Epístola 196, PL 218, 1510
13. Is 52, 6.
14. Cf. Glo. Int., ibidem.
15. Os três últimos parágrafos refletem dependência de AGOST, Sermo ad populum, c. 1, PL 38, 24.
16. Sl 43, 23
17. 2Cor 11, 19.
18. Cf. Glo. Ord., Gen 6, 14.
19. Cf. Glo. Ord., Mt 13, 4.
20. Gen 26, 12 (Vg. omite, muda).
21. Glo. Int., Gen 24, 3.
22. Glo. Int., Gen 26, 12.
23. Is 35, 10.
24. JERON., De nominibus hebracis, PL 23, 823.
25. Sl 119, 5 e Glo. Int., ibi.
26. Cant 2, 12 (Vg. muda).
27. Cf. Glo. Int., ibidem
28. Mt 4, 17.
29. Is 27, 8.
30. Glo. Int., ibidem.
31. Is 63, 4 (Vg. Dies enim…).
32. Cf. Mt 19, 29.
33. Cf. Glo. Ord., Lc 15, 4-6.
34. Gen 6, 14-15.
35. Glo. Ord., Gen, 5, 32.
36. Cf. Glo. Int., ibidem
37. Mt 11, 28.
38. Gen 5, 29 (Vg. Iste consolabitur nos…).
39. Cf. Glo. Int., Gen 6, 14.
40. Cf. Glo. Int., ibidem.
41. Cf. Glo. Ord., Job 1, 1; Ez 14, 14. Repare-se nas categorias de pessoas existentes na Igreja: prelados (a hierarquia), os célibes (sacerdotes e religiosos) e os casados.
42. Cf. Glo. Ord., Gen 6, 15.
43. Cf. Glo. Ord., Is 3.
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