08/12/2017

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Bispo lembra que corrupção é um pecado moral que corrói o Brasil e aponta caminho para construir nova sociedade

Da redação, com CNBB

Uma pessoa que compactua e pratica a corrupção jamais poderá ser reconhecida como cristão ou cristã, diz Dom Guilherme / Foto: CNBB

“Precisamos terminar com as castas que se enquistam no poder público distribuindo benesses e privilégios para os seus comparsas. Quem rouba milhões, mata milhões, não se defendem direitos humanos e sociais deixando impune a corrupção, sem tocar nos tentáculos das máfias do poder. Que o Evangelho do poder-serviço nos leve a construir um Brasil republicano, centrado na justiça, na integridade e no bem comum”.

O trecho acima é do artigo do bispo de Campos (RJ), Dom Roberto Francisco Ferreira Paz, publicado no site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que tem como título “Refundar e fazer nova a República”. No artigo, o bispo retrata em poucos parágrafos a crise do sistema político e a extensão do câncer da corrupção no Brasil.

O bispo é uma das milhares de vozes brasileiras que têm se levantado contra a corrupção que assola este país. Neste sábado, 9, se comemora o Dia Internacional de Combate à Corrupção. Esta data remete ao dia em que o Brasil e mais 101 países assinaram a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, em 2003, na cidade mexicana de Mérida.

Corrupção é pecado moral

Para o bispo de Ipameri (GO) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Social Transformadora da CNBB, Dom Guilherme Werlang, a corrupção é moralmente um grande e gravíssimo pecado.

“Uma pessoa que compactua e pratica a corrupção jamais poderá ser reconhecida como cristão ou cristã. Eticamente, a corrupção destrói qualquer sociedade”.

“Temos que nos conscientizar que a corrupção começa com as pequenas desonestidades, desde a infância. Ela cresce, por exemplo, quando não exigimos fiscal. Quando queremos vantagens sobre pagamentos escondendo parte do valor. Quando fizermos a educação nova da honestidade e transparência aí podemos pensar em vencer a corrupção endêmica do Brasil”, enfatiza o bispo.O bispo destaca ainda que é preciso uma conscientização coletiva não só da corrupção que existe nos altos escalões da sociedade brasileira ou praticado por políticos, seja no Executivo, Legislativo ou no Judiciário.

Corrupção corrói o Brasil

No último dia 26 de outubro, a CNBB divulgou uma nota sobre o grave momento político, destacando que a corrupção corrói o Brasil. No texto, a entidade repudia a falta de ética que se instalou nas instituições públicas, empresas, grupos sociais e na atuação de inúmeros políticos que “traindo a missão para a qual foram eleitos, jogam a atividade política no descrédito”.

A Conferência criticou também a apatia e o desinteresse pela política, que cresce cada dia mais no meio da população brasileira, inclusive nos movimentos sociais. Apesar de tudo, a entidade diz que é preciso vencer a tentação do desânimo, pois só uma reação do povo, consciente e organizado, no exercício de sua cidadania é capaz de purificar a política e a esperança dos cidadãos que “parecem não mais acreditar na força transformadora e renovadora do voto”.

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas sobre Drogas e Crime no Brasil (UNODC), divulgados em 2013, a corrupção é o maior obstáculo ao desenvolvimento econômico e social na atualidade. Todos os anos, 1 trilhão de dólares é pago em suborno, enquanto cerca de 2,6 trilhões de dólares são roubados pela corrupção, o equivalente a mais de 5% do Produto Interno Bruto mundial.

Segundo estudo divulgado pela entidade Transparência Internacional, o Brasil fechou o ano de 2016 em 79º lugar entre 176 países em ranking sobre a percepção de corrupção no mundo. Além do Brasil, estão empatados em 79º lugar Bielorrússia, China e Índia.

Ser exemplo

Dom Guilherme, convoca a Igreja no Brasil, os pastores, leigos e leigas, neste Ano do Laicato, a assumir uma nova educação partindo da Palavra de Deus, que desafia e orienta ao mesmo tempo como buscar isto.

“O bom exemplo deve partir de nós. Infelizmente a desonestidade também acontece entre nós, em Igreja Cristãs, em nossas paróquias e dioceses onde também se fazem estas concessões e um jogo não tão transparente como deveria ser, portanto, temos muito trabalho e devemos ser os primeiros a dar um bom exemplo de uma vida honesta, transparente e justa para sermos construtores de uma nova sociedade”, ressalta.

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