09/03/2021

No mês da mulher, campanhas lembram cuidado com a saúde feminina

Especialista reforça importância do cuidado com a saúde da mulher

Denise Claro
Da redação

No mês de março, campanhas são voltadas para a saúde da mulher./ Foto: Chinnapong by Getty Images

O mês de março é considerado o Mês da Mulher. Nesta segunda-feira, 8, foi comemorado o Dia Internacional da Mulher, mas, durante todo o mês, campanhas recordam a importância do cuidado com a saúde feminina.

Mais da metade da população brasileira é composta por mulheres. São mais de 103 milhões. Março Lilás é a campanha de conscientização e prevenção ao câncer do colo do útero. Já a endometriose é recordada pela campanha Março Amarelo.

A ginecologista Marianne Kramer fala sobre a importância do cuidado que a mulher deve ter com ela mesma:

“A mulher já tem nos seus hábitos o cuidar. Cuidamos de todos o tempo todo, mas, às vezes, esquecemo-nos de cuidar de nós mesmas, por isso as campanhas são importantes, para marcar uma época do ano para nos lembrar de que só cuida dos que estão ao redor quem está bem.”

Exames de rotina

Há alguns cuidados de rotina, exames de prevenção que toda mulher deve fazer. Mulheres acima de 25 anos, que já iniciaram a atividade sexual, devem realizar o exame de Papanicolau anualmente. Quem tiver dois resultados normais consecutivos pode colher a cada 3 anos.

Quanto à mamografia, exame de rastreamento do câncer de mama, a ginecologista diz que deve ser feita por mulheres acima de 40 anos anualmente. Segundo o Ministério da Saúde, essa rotina de exames deve iniciar aos 50 anos e repetir a cada dois anos.

Os outros exames deverão ser realizados de acordo com a realidade de cada mulher e suas queixas.

Pandemia

Saúde da mulher

A ginecologista Marianne Kramer reforça a importância do cuidado com a saúde da mulher./ Foto: Arquivo Pessoal

Muitas mulheres, em meio à pandemia, não conseguiram ou não puderam fazer os exames de rotina no último ano. Isso seja por serem do grupo de risco ou terem familiares nele. Marianne salienta que este espaçamento pode ser perigoso.

“A covid é uma doença nova e potencialmente grave, mas as doenças crônicas continuam aparecendo. Como não sabemos quanto tempo mais nos manteremos nessa realidade (já estamos há um ano assim), quem já passou do prazo deve preferencialmente realizar seus exames de rotina.”

Marianne lembra que o câncer é uma doença crônica, e dificilmente vai aparecer de uma forma agressiva de um ano para o outro, mas a detecção precoce aumenta muito as chances de cura, portanto faz toda a diferença ter os exames em dia.

Quanto à pandemia, a especialista lembra que é preciso tomar todos os cuidados (uso de máscaras, lavagem de mão, uso de álcool gel), e que os profissionais e clínicas também têm cumprido os protocolos para evitar a contaminação de seus pacientes.

Campanhas

Campanhas como a Março Lilás e Março Amarelo levam ao conhecimento do público as doenças, e chamam a atenção da sociedade para problemas pouco conhecidos, ou mal compreendidos.

A ginecologista lembra que o câncer se tornou um “tabu”: as mulheres, por medo, acabam fugindo dos exames. Mas o exame preventivo, quando feito regularmente, pode detectar lesões precursoras, antes de ser tornar um câncer propriamente dito, e com isso pode ser instituído um tratamento muito menos agressivo e com maiores chances de cura.

Já a endometriose é uma doença pouco conhecida. Por muito tempo, banalizaram as queixas das mulheres com muitas cólicas menstruais. Hoje, sabe-se que isso pode ser uma doença, e que existe tratamento.

Câncer de colo de útero

Marianne recorda que o melhor método de prevenção do câncer de colo de útero é realizar o exame preventivo regularmente. Além disso, ter hábitos de vida saudáveis (não fumar, alimentação saudável, atividade física, hábitos sexuais saudáveis etc). Para as meninas que estão na faixa etária preconizada, realizar a vacinação.

O câncer do colo do útero é uma doença de desenvolvimento lento, que pode não apresentar sintomas em fase inicial. Nos casos mais avançados, pode evoluir para sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais.

O tratamento do câncer de colo de útero depende da fase em que ele foi descoberto.

“Quando o preventivo detecta uma lesão precursora, apenas retirar parte do colo do útero pode ser suficiente, mas quando a lesão for avançada, a cirurgia é mais complexa, envolvendo a retirada de todo o útero, ovários, linfondos e ligamentos ao redor, quimioterapia e radioterapia.”

Endometriose

A endometriose é uma realidade que acomete muitas mulheres atualmente. O principal sintoma que leva a mulher a desconfiar da endometriose é a cólica menstrual intensa e progressiva. Essa cólica tende a começar desde as primeiras menstruações, e geralmente atrapalha as atividades do dia a dia. Outro sintoma comum, mas que pode atrasar o diagnóstico, é a infertilidade.

“O ‘padrão-ouro’ para o diagnóstico da endometriose é a videolaparoscopia, mas por ser um exame invasivo, outros exames podem ser úteis, como ultrassom transvaginal com preparo intestinal, ressonância magnética da pelve e exames de sangue (CA125 é um marcador de endometriose, embora possa se alterar em vários outros casos), é importante conversar com o seu ginecologista sobre as possibilidades.”

Em relação ao tratamento, a especialista lembra que este depende dos objetivos da mulher naquele momento. Por exemplo, se ela tem desejo de gravidez naquele momento ou não.

“Mas para todas, medidas anti-inflamatórias são fundamentais, como dieta e exercícios físicos. Em alguns casos, podem ser necessários cirurgia ou até mesmo supressão da menstruação.”

Fonte: Canção Nova

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