09/01/2018

O que é a verdade?

por shalom

No coração do jovem, deve arder ainda mais a verdade de Cristo para que ele não se deixe entregar às más inclinações de seu coração e às cadeias de pecado que o mundo lhe oferta de maneira insistente e incisiva.

Uma das passagens mais intrigantes dos Evangelhos é aquela na qual Jesus se apresenta diante de Pilatos e este tenta lhe interrogar a respeito das acusações feitas pelos chefes judeus e da Sua realeza. Após constatar da boca do próprio Jesus de que ele era realmente rei perante o Seu povo e de a verdade é o sinal por meio do qual se chega a esta revelação, o procurador romano pergunta: “O que é a verdade?” (Jo 18,38). A passagem parece dizer que Jesus calou-se diante da indagação e lança um olhar mais apurado a respeito da missão Dele entre os seus e de como, ainda hoje, esta dúvida ainda se encontra no coração dos homens de hoje e na ânsia do mundo em tentar enxergar uma luz no fim do túnel em que se encontra. A verdade parece ser ainda um privilégio e buscá-la é, acima de tudo, o motivo de o homem estar imerso, ainda, na frieza e na crueldade de si.

“Eu nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade. Todo aquele que está com a verdade, ouve a minha voz” (Jo 18, 37). Jesus parece responder a questão de Pilatos antes da formulação de sua pergunta. De fato, a verdade é o próprio Jesus que, fazendo-se homem, dá à humanidade a chance de retomar a dignidade que lhe é própria e estar bem perto de seu Criador, como Ele mesmo nos diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6).

A verdade é o discurso de Jesus em toda a Sua jornada pelo mundo, que Ele não cansa de proclamar e pela qual deu a Sua vida. A verdade é, ainda, o fruto do Espírito Santo concedido aos apóstolos no início da Igreja, como forma de exortá-los a abraçar os caminhos da Nova Aliança.

“Ele é o Espírito da Verdade, que o mundo não pode acolher, porque não o vê, nem o conhece” (Jo 14, 17). O silêncio de Jesus ante a pergunta de Pilatos parece indicar a eloquência da mentira que ronda o mundo e que teima em calar as verdades eternas que Deus coloca no mundo através de Seu Filho Divino. Jesus se cala porque o mundo, mesmo ansioso pela Verdade, escolhe as verdades que lhe convém, da forma que mais lhe agrada. Só que o silêncio de Jesus é mais penetrante do que as mil palavras de que o homem se utiliza para tentar se convencer das mentiras que prega; seu silêncio anuncia o modo como Deus age no profundo do coração do homem, tentando calar-lhe para em seguida realizar a sua obra de amor.

O Catecismo da Igreja Católica nos diz que “o homem tende naturalmente para a verdade. É obrigado a honrá-la e testemunhá-la” (CIC 2467). Deus, desde a criação do homem, infundiu em seu coração o gérmen da verdade, a fim de se orientar diante de sua própria incoerência e desorientação. Ao cristão cabe dar este testemunho da verdade de Cristo (e que é o próprio, frise-se) como exigência própria da sua condição – “Ai de mim se eu não evangelizar!”, é o que nos diz São Paulo na primeira Carta aos Coríntios. São João arremata: “Porque a vida se manifestou, e nós a temos visto; damos testemunho e vos anunciamos a vida eterna, que estava no Pai e que se nos manifestou” (I Jo 1, 2).

O próprio Jesus não se calou ante a cegueira do mundo, dando a vida para tornar realidade o que pregou, a fim de transformar o coração dos homens e de atestar a sabedoria de Deus. Agindo no escondimento da fé, os cristãos de hoje também não devem se calar, assumindo para si a tarefa de levar a verdade a quem que seja, alicerçada, evidentemente, na coerência de vida e de atitudes: “A verdade ou veracidade é a virtude que consiste em mostrar-se verdadeiro no agir e no falar, guardando-se da duplicidade, da simulação e da hipocrisia” (CIC 2469).

No coração do jovem, deve arder ainda mais a verdade de Cristo para que ele não se deixe entregar às más inclinações de seu coração e às cadeias de pecado que o mundo lhe oferta de maneira insistente e incisiva. O Catecismo nos diz que “o discípulo de Cristo aceita ‘viver na verdade’, isto é, na simplicidade de uma vida conforme o exemplo do Senhor, permanecendo em sua Verdade” (CIC 2470). A juventude pode e deve ser vivida em Deus, alicerçada em Cristo que é a verdadeira alegria para nós.

Isso pode atestado na vida de jovens santos que se doaram inteiramente à vida em Deus, como nosso irmão Ronaldo Pereira, Santa Terezinha do Menino Jesus e São Do-mingos Sávio.

Mesmo que o mundo grite mais alto e se recuse a escutar a palavra de Deus, ainda temos o silêncio que, ofertado para Deus, produz muito fruto no coração daqueles que desconhecem a Graça. Seja de que maneira for o mundo de hoje precisa saber que há uma Verdade, e que ela é Vida e Caminho de amor para aqueles que a acolhem em seu coração. Uma Verdade que, mesmo escondida no exemplo de tantos e tantos cristãos, é certeira em revelar a grandeza do amor de Deus em nós.

Breno Alves


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