17/10/2018

Missão: uma vida ativa e contemplativa

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Estes também são aqueles que recebem uma missão e se deixam sufocar por ela. Vivem tão atarefados, com tantas coisas para fazer que não rezam mais, ou, se rezam, o fazem às pressas pensando que vão ser “ouvidos à força de palavras” (Mt 6, 7).

Deus nos criou e nos deu uma missão que aos poucos vamos descobrindo, digo, ao longo da vida. Isso é possível quando nos abrimos ao Senhor e permitimos uma intimidade com Ele. Convertemo-nos, começamos aquela caminhada empolgados e desejamos fazer tudo por amor a Deus.

Somos aquela semente que o Semeador lança (como nos fala a parábola do joio no campo) e ao mesmo tempo somos o terreno que acolhe o que ali é lançado (parábola do semeador). O Evangelho de São Mateus no capítulo 13 vem nos narrar isto, e ao ler estas parábolas queremos ser a boa semente e a terra boa. Na parábola do semeador Jesus nos fala de uma semente que cai entre os espinhos e Ele mesmo nos explica: “representa aquele que ouviu bem a palavra, mas nele os cuidados do mundo e a sedução das riquezas a sufocam e a tornam infrutuosa”. Estes também são aqueles que recebem uma missão e se deixam sufocar por ela. Vivem tão atarefados, com tantas coisas para fazer que não rezam mais, ou, se rezam, o fazem às pressas pensando que vão ser “ouvidos à força de palavras” (Mt 6, 7). Mergulham em um ativismo perigoso.

Jesus vem nos alertar quanto a isto diversas vezes e é importante analisarmos, por exemplo, que Ele não deseja que estejamos sem trabalho para fazer, mas sim que vivamos verdadeiramente em uma contínua comunhão com Ele, sem nos perdermos em meio às atividades da vida e da missão. Marta e Maria são duas personagens que nos ensinam a necessidade de nos dedicarmos bem ao trabalho, mas de colocarmos em primeiro lugar o Senhor, estar aos pés de Jesus deve ser a nossa melhor opção no nosso dia, é a “melhor parte” que Maria escolheu e que não lhe será tirada.

Aos escribas e fariseus, Jesus faz críticas duríssimas porque Ele os ama e não deseja que eles se percam. O que o Senhor lhes fala é para não trocarem o essencial pelo secundário: “Eis o que era preciso praticar em primeiro lugar sem, contudo, deixar o restante (…) Filtrais um mosquito e engolis um camelo” (Mt 23, 23-24).

Somos missionários, mas o que o Senhor deseja de nós acima de tudo é que sejamos seus amigos, íntimos Dele. Se assim somos, nosso amor por Deus transborda sem muito esforço. Não adianta de nada sermos grandes evangelizadores se, ao final de tudo, diante do Rei, recebermos a resposta: não vos conheço! “Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres? E no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!”

O Senhor nos ensina que se quisermos entrar no Reino de Deus devemos ser semelhantes às crianças, que amam, brigam e se perdoam logo, confiam nos pais, são humildes e simples. Santa Teresinha compreendeu bem isto e se tornou uma “bolinha” nas mãos do Menino Jesus. Ela é a padroeira das missões. Peçamos a ela que nos ensine a ser filhos de Deus, amigos íntimos do Senhor e não fazedores de coisas que procuram somente sucesso em suas atividades, não tendo nenhum desejo de pescar almas para Deus. Santa Teresinha do Menino Jesus, rogai por nós!

Gessé da Silva Cosmo

Consagrado na dimensão de Aliança da Comunidade Mariana Boa Semente

Missão Pedra Branca

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