20/07/2015

Foi preciso eu carregar o madeiro, sentir a poeira e o peso que a cruz possui.

por Alânia Moura /Noviça na dimensão de Aliança da Comunidade Mariana Boa Semente

Quando alguém chega pra você e te pede para escrever seu testemunho, já vem à mente uma linda história de conversão! Eu pensava assim, confesso. E com esses pensamentos, já me vinha a conclusão: eu acho que não tenho testemunho para contar! Minha vida, desde a infância, sempre foi integrada ao serviço da Igreja. Nunca […]

Quando alguém chega pra você e te pede para escrever seu testemunho, já vem à mente uma linda história de conversão! Eu pensava assim, confesso. E com esses pensamentos, já me vinha a conclusão: eu acho que não tenho testemunho para contar! Minha vida, desde a infância, sempre foi integrada ao serviço da Igreja. Nunca fui de estar em festas, nem de consumir bebidas, sempre foi uma rotina: Escola, Aula de música, Ensaio do coral, Pastoral, Grupo de Oração… Então o que contar de conversão? Que história falar?

Meus pensamentos começaram a mudar a partir do dia que decidi conhecer a Boa Semente. Do grupo de vocacionados de Banabuiú, eu era a única que iria somente conhecer, não queria fazer parte, achava que “não era pra mim, ou que talvez não precisasse”. Foi no vocacional que Deus foi me mostrando que era necessitada daquela vivência, as regras foram o atrativo que impulsionou. Fiz plantão, fui confirmada aos cursos e ingresso. Hoje eu sou Noviça II, últimos preparativos para me consagrar. E foi repensar desde o aspirantado até onde estou hoje, que vejo o quanto Deus já fez por mim.

Em 2011, estava para ir para o retiro anual dos jovens solteiros da comunidade, quando minha mãe sentiu um mal estar, este perdurou por três dias, justamente os três que antecediam minha ida ao retiro. Como foi algo de repente, e nos parecia sério, tivemos que levar para consultas particulares. Dada a situação, a única que estava com dinheiro era eu, que iria ao retiro. Não pensei duas vezes, e dei. Chegou o dia de ir, e duas incertezas: ir e não saber como iria encontrar minha mãe na volta, e se fosse, com que dinheiro? Sabia que tinha que ir, era incessante o desejo de ir. Confiando na providência, que logo veio, fui para o retiro, vivi, Deus fez por mim, muito mais do que imaginava, do mais simples ele me dava o tudo. Era como se Ele me preparasse pro que viria à frente…

Na volta do retiro, soubemos que minha mãe teria que fazer uma cirurgia urgente no coração. No mesmo dia, fomos avisados que meu pai havia tido um AVC. Graças aos meus formadores, que mesmo por telefone, me auxiliavam e rezavam comigo, eu permaneci firme. Dias se passavam e nada de conseguir leito para cirurgia, até que nos comunicaram que havia surgido uma vaga em um hospital particular, que atendia pelo SUS. Até então meu pai já estava se recuperando, sem nenhuma sequela.

A cirurgia correu bem, mas a recuperação nem tanto, a cada dia aparecia algo nos exames, e nada de alta, e ela correndo risco de um enfarte. Tive que voltar para casa, cuidar da minha avó, e na volta eu só fazia chorar, até que resolvi juntar as lágrimas, algumas ave- Marias, peguei o terço, e comecei a rezar, e a cada mistério contemplado, Maria ia me acalentando. Logo de manhã cedo, minha mãe recebia alta!

Passou-se pouco mais de um mês, quando novamente nos vinha outra provação: minha irmã mais velha, que auxilia em tudo em casa, foi diagnosticada com Câncer. Tinha que ser forte, mas sem saber como… Nas minhas conversas diárias com Jesus, dizia: Deus me acha muito forte! Só pode, para tanta coisa assim…

Passamos momentos muito difíceis, cenas que pensei em ver só em filmes. E sabe que como fazia pra não cair? Além do terço, oração diária, muitas vezes, eu ligava o som bem alto, músicas de louvor, e começava a dançar, acreditem, muitos pensavam que eu estava louca, a família doente, passando por tudo aquilo, e eu dando uma de feliz? Deus me pediu isso lá no

meu Aspirantado, quando fui chamada a ser o carisma da alegria que nasce da Cruz! Foi preciso eu carregar o madeiro, sentir a poeira e o peso que a cruz possui, para saber que logo virá a alegria que não passa, aquela que vem do Ressuscitado. Foi vivendo tudo isso, com base sólida, que é o estatuto, com as regras, que compreendi que não vivo como sou porque sou necessitada, mas porque sou obrigada. Mas obrigada não no sentido de imposta, mas no sentido de ser grata! Não sou obrigada pelo Conselho Geral, sou obrigada a Deus! Obrigada por me fazer quem sou, buscando a oração, a Eucaristia, a presença viva com Maria, através do terço, na doação aos irmãos, sendo quem sou, e eu sou Boa Semente. E hoje posso dizer que tenho testemunho, não foi uma conversão como a de São Paulo, mas uma vida confiada à misericórdia de Deus!

Maria Alânia Moura Nogueira

Noviça na dimensão de Aliança da Comunidade Mariana Boa Semente

Missão Banabuiú

6 Comentários
  1. Minha irmã que lindo. Deus confia mais em nós que nós mesmos..

  2. MAYARA KELLY disse:

    Que lindo Alaniazinha! Foi neste mesmo retiro, diante da partilha desse seu sofrer, que eu passei a admirá-la ! Uma menina magrinha no físico…srsr.. eu dizia.. mas forte na fé, na confiança em Deus! Deus te abencoe e Maria te guarde! Bjos!

  3. Ir. Margarida disse:

    Parabéns minha querida irma em Cristo.
    Seu testemunho é lindo.
    Um testemunho que é verdadeiramente do carisma de nossa comunidade a alegria que nasce da cruz.

  4. Joselia Matos disse:

    Parabens irmã! Seu testemunho é lindo. Viveu aquilo que Sao Paulo nos diz: “Quando sou fraco, entao é que sou forte”. Deus abencoe cada vez mais sua caminhada. DaMg!

  5. Tatiane Leal Smsb disse:

    Louvado seja Deus por teu sim provado no fogo como ouro(Eclo 2).Acolher o querer de Deus MSM sem entender nisso a fé é autêntica.Bendito e louvado seja Deus por teu sim pra Ele

  6. lucenildes disse:

    Grande testemunho de uma pessoa tão pequena e de grande forca e fé.

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