21/08/2016

Feliz para sempre – Dia da Religiosa

por Irmã Elena de Jesus e Maria

É justo que muito custe o que muito vale! Tudo começou em um retiro de carnaval cristão chamado “Alegra-te”. Em umas das missas, ao comungar, sentia algo muito diferente, uma paz, uma alegria, na verdade algo tão forte que não consigo uma palavra para expressar a grandeza da beleza e da profundidade daquele momento, que marcou e transformou a minha vida, pois não conseguia mais ser a mesma, colocar para frente os sonhos, planos e projetos que toda jovem tem, “o homem imagina muitos planos, mas o que permanece é o projeto de Deus” (cf. Prov 19, 21).

É justo que muito custe o que muito vale!

A paz de Cristo e a alegria de Maria! Sou Alexsandra Suiany de Lima Ferreira, caçula de uma família de três filhos. Hoje me chamo Ir. Elena de Jesus e Maria (religiosa da Comunidade Mariana Boa semente); tenho esse nome porque a comunidade que faço parte segue o exemplo de Jesus, que mudava o nome daqueles que Ele escolheu para segui-Lo de perto, que representa essa mudança de vida, então todas nós consagradas nesse carisma recebemos uma madrinha, uma santa, a qual pedimos sua intercessão, “constituiu assim os doze: Simão a quem deu o nome de Pedro” (cf. Mc 3, 16).

Este ano é para mim mais especial do que os outros, é ano de gratidão, de louvor, de proclamar as maravilhas do Senhor, pois faz dez anos da minha experiência mais profunda com o amor de Deus, do meu chamado aà vida religiosa. “Eu não merecia e ainda não mereço, mas o meu nome eu escutei” (trecho de uma música do Pe. Zezinho). “Oh! Que bem tão sem igual! Oh! Que venturosa sorte vos estava destinada! O rei do céu e da terra que vos quis como esposa” (trecho de uma música da Ir. Kelly Patrícia).

Tudo começou em um retiro de carnaval cristão chamado “Alegra-te”. Em umas das missas, ao comungar, sentia algo muito diferente, uma paz, uma alegria, na verdade algo tão forte que não consigo uma palavra para expressar a grandeza da beleza e da profundidade daquele momento, que marcou e transformou a minha vida, pois não conseguia mais ser a mesma, colocar para frente os sonhos, planos e projetos que toda jovem tem, “o homem imagina muitos planos, mas o que permanece é o projeto de Deus” (cf. Prov 19, 21). Experiência difícil de ser explicada humanamente, só sei que me senti como Maria quando foi visitada pelo anjo.

Aguardávamos todos nós que estávamos ali a bênção, e o padre que presidia aquela Santa Eucaristia silenciou e toda a assembleia em pé esperando a bênção final. Um grande silêncio por um certo tempo invadiu aquele lugar, até que ele falou que Deus o estava inquietando com algo que não sabia em que ia dar e nem para quem era, mas iria dizer. E falou que tinha naquela multidão uma jovem que Deus já tinha dado outras vezes, em outras ocasiões, sinais da sua vocação, mas aquele seria o último sinal que Deus daria (com o passar dos anos, no discernimento da vocação, o Espírito Santo em minhas experiências de oração e aprofundamento da voz e do projeto de Deus na minha vida, me levou a uma rememória de fé  e  lembrei que em 2003 no ano do meu encontro pessoal com Jesus na eucaristia, tinha recebido um coração e nele estava escrito um trecho de uma música que dizia: “Eu dormia mas meu coração velava e ouvi o meu amado que batia, abri minha  irmã, minha amada, pomba minha sem defeito”). Em outro momento de oração, o Senhor me deu uma visão de uma noviça, mas eu abafei aquele sentimento. Não tive muitos namorados, mas sempre escutei daqueles que se aproximavam de mim o questionamento se eu seria freira, talvez pelo meu jeito de ser. Um deles chegou a me dizer logo quando terminamos que sabia que eu era uma pessoa diferente das outras, que gostava de ir à missa, de ajudar as pessoas, mas que eu não fosse ser freira porque eu era muito bonita, e eu pensava: “eu lá ia vou ser freira só por causa disso”, e me recordo também que uma vez de um intervalo de um namoro para outro com diferença de alguns dias fui dizer aos meus pais que tinha uma pessoa interessada por mim, e meu pai falou:” minha filha você mal terminou com um rapaz, já vai começar outro namoro”, aí eu, em meu atrevimento, respondi: “o que é que tem, pai, eu já terminei, estou solteira, não tem nada demais, o senhor quer que eu vá ser freira também igual a Ir. Teresinha?, pois fique sabendo que eu não vou ser freira não!”

Hoje eu vejo que esses acontecimentos, essas pessoas, foram como que setas, como que anjos que Deus foi enviando para que eu conseguisse perceber, enxergar, os Seus sinais, a Sua vontade. Creio que o Senhor já estava me preparando e com a profecia, naquela noite de Carnaval, o Senhor estava selando a obra e os sinais que já tinha me dado. O padre continuou a falar: “Como prova que é para você o que Deus está falando, você sente uma grande vontade de chorar. Não tenha medo e vergonha dessa multidão, as pessoas não vão entender porque você está chorando, mas você sabe o porquê”. Realmente, ao comungar algumas lágrimas suavemente rolavam no meu rosto e, ao ouvir isso, eu chorava desesperadamente. Dentro do meu coração, eu dizia para mim mesma: “não é para mim, não sou eu, eu não quero”.  Ao acabar a missa, Jesus foi exposto na Capela e eu corri para lá em meio às lágrimas, e lá o Senhor completou a obra que iniciou por meio de Maria.

Fui para casa e as lágrimas não cessavam de cair, meus pais se apavoraram pensando que tinha acontecido alguma coisa comigo, porque era carnaval, mas eu justifiquei que Deus havia me chamado para a vida religiosa. Minha mãe imediatamente disse logo para acabar com isso. O início foi muito difícil, muito doloroso, porque minha mãe não aceitava. No mesmo dia, quando já estava um pouco mais tranquila, liguei para minha irmã, a Ir. Teresinha, para partilhar o que tinha me acontecido, eu disse: “Tu não acredita, Deus me chamou pra ser freira também”, eu chorava de um lado e ela do outro. Na mesma noite, procurei o fundador (Pádua Costa) da Comunidade que hoje faço parte e lhe contei a experiência que tinha vivido, lembro que tinha muita sede, queria saber como a comunidade vivia, o que eu tinha que fazer para concretizar aquilo que Deus tinha colocado no meu coração. Ele me disse que eu fosse com calma até mesmo por causa da minha mãe, me orientou que aos poucos eu fosse usando saia e que eu fosse nessa intenção.  E assim o fiz, no mesmo ano entrei na Comunidade Mariana Boa Semente, mas tinha que esperar um bom tempo para entrar na casa comunitária, para fazer a experiência, ou seja, para viver de forma concreta aquilo que Deus tinha colocado no meu coração.

         Muitas foram provações, brigava muito com Deus, pois eu não entendia porque eu tinha que esperar e não podia entrar logo, vivia muito inquieta. Um dia, o fundador me falou que eu soubesse esperar, que no tempo certo eu entraria e que o importante era que, quando eu entrasse, fosse eterno. Hoje olho para mim e contemplo a fidelidade de Deus, Suas promessas se cumpriram em minha vida! As mãos de Deus sempre me sustentaram e sua graça sempre me acompanhou. Em 2008, entrei para fazer a experiência, em 2013 me consagrei.

    Ser religiosa, ser consagrada, não é fácil, mas “quando sou fraca é então que sou forte” (cf. 2Cor 1, 10a), por isso me abandono nas mãos de Deus e peço a graça da perseverança, da fidelidade, da santidade e da intercessão de minha madrinha, Beata Elena Guerra, para que eu viva no Espírito a cada novo dia e que eu sempre recomece em Deus.

 Todo chamado, toda vocação, vem do Alto, é divino, é celeste, “Todavia, esse tesouro nós o levamos em vaso de barro, para que todos reconheçam que esse incomparável poder pertence a Deus e não é propriedade nossa” (cf. 2Cor 4, 7).

E assim Deus revelou minha vocação e convido você, que agora leu este testemunho, em nome de Jesus, na iluminação e unção do Espírito Santo, a não ter medo de perguntar a Deus qual sua vocação, Ele só quer o melhor para nós e não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos. É muito bom, é maravilhoso ser de Deus! Vocação acertada é vida feliz! Rezo por você e peço também que você reze por mim, para que eu seja fiel a esta vocação. Deus te abençoe e Maria te guarde! Paz e fogo! Upa! Upa! (Unidos pelo Avivamento).

Irmã Elena de Jesus e Maria

Missionária em Quixeramobim, Sede da Comunidade

Estudante de Teologia13920800_1085525534817370_5041394606780398042_n

8 Comentários
  1. Eric Gomes disse:

    Ir. Elena, muito me alegro por ti, pela tua vocação; e também porque sei que fiz parte do seu processo, na oração e nas partilhas. Um abraço e perseverança!

  2. wellington gomes disse:

    que bom ouvir esse testemunho, e saber que na atualidade ainda tem jovens cristãos que ouvem a palavra de Deus e se sentem tocados por ela, e respondem ao chamado de cristo com o seu sim, para a evangelização do mundo inteiro seja onde for vão prega o evangelho de nosso senhor. E eu tenho prazer de conhecer essa pessoa que todos os dias doa sua vida a cristo e a evangelização.

  3. Myrella Messias disse:

    Não canso de ler e escutar esse testemunho do qual participei e intercedi, pois vejo a graça operante de Deus e a certeza da vocação no teu sorriso e nas tuas escolhas. Amo vc minha amiga!

    • ir. elena disse:

      Myrella minha amiga querida,conto ainda hoje com sua intercessão e agradeço a Deus por ter colocado vc para acompanhar, estar junto a mim durante esse período de concretização da vontade de Deus. Amo muito tu vc sabe o quanto vc me é cara cheiro no oi.Ir.Elena.

  4. Ricardo Santos disse:

    Obrigado pelo testemunho de vida e fé, Ir Helena. Quem ler na esperança de um dia discernir a vocação, certamente terá uma boa luz ao ler seu testemunho. Deus continue a abençoa-la e maria sempre a modele.

  5. Fátima Nobre disse:

    Emocionante seu testemunho, minha amiga Ir. Elena! Que bom que ouviste e atendente ao chamado de Deus! Você foi a escolhida dele porque tens uma bela e grande missão a cumprir. És um ser de luz, um anjo, um exemplo a ser seguido! Que Deus abençoe sempre sua missão é lhe fortaleça a cada dia! Un grande abraço!

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