12/12/2016

A Virgem de Guadalupe e o sacrifício definitivo do Filho

por Boa Semente

Neste dia especial, 12 de dezembro, a Igreja celebra a aparição da Virgem de Guadalupe, no México. A história da aparição ao índio Juanito é bem conhecida, e a imagem “impressa” em sua tilma, como prova da veracidade da aparição, correu o mundo inteiro em testemunho da ação de Deus pelo seu povo. Os mais […]

Neste dia especial, 12 de dezembro, a Igreja celebra a aparição da Virgem de Guadalupe, no México. A história da aparição ao índio Juanito é bem conhecida, e a imagem “impressa” em sua tilma, como prova da veracidade da aparição, correu o mundo inteiro em testemunho da ação de Deus pelo seu povo.

Os mais avançados estudos científicos, com a mais moderna tecnologia, não conseguiram explicar os fenômenos em torno da imagem na tilma, onde não se vê sinal de pinceladas (nem com uso de infravermelho, irradiação, etc). Além disso, as fibras de maguey, que compõem a tilma, deveriam ter-se decomposto em 15 anos, mas o material com a imagem já passa dos 500 anos. Trata-se de um milagre inconteste, compondo o conjunto das três aparições da Virgem Maria, oficialmente atestadas como verídicas pela Igreja Católica, junto às aparições de Nossa Senhora em Fátima (Portugal) e em Lourdes (França).

A Virgem Maria, em suas aparições por todo o mundo, visitou os mais remotos lugares, recebendo uma infinidade de nomes, e em todos eles ela apareceu com a “cara” do seu povo. Maria, que foi a via pela qual Jesus Cristo, o Deus vivo, encarnou-se no mundo, nos dá os sinais concretos de que o mistério de Jesus é compatível com o homem de todo tempo e lugar, de todas as culturas. Em suas aparições, Nossa Senhora teve sempre a delicadeza de mostrar-se com as feições, traços culturais, dos povos a quem ela se dirigiu, mas sem deixar de cumprir, e evidenciar, a sua missão de carregar e revelar o grande mistério da salvação, o seu filho Jesus.

Em Guadalupe, a Virgem Maria apresenta-se com traços mestiços, unindo em si as culturas outrora em conflito, e, para além da “simples” aparência física, da sua pele clara, européia, dos seus olhos mestiços, indígenas, à fita negra no ventre, indicando a gravidez dentre o povo asteca, dentre tantos outros símbolos, a Virgem de Guadalupe, de forma mais profunda, mística, sobrenatural, ilumina a cultura inteira, o homem todo.

Os astecas acreditavam que o sangue humano deveria ser derramado em oferenda aos deuses. Tal sacrifício chegou ao auge, quando não passava um dia sequer sem um sacrifício humano. Os astecas acreditavam que esse sangue derramado era responsável pela dinâmica natural da vida como,  por exemplo, a sucessão dos dias – noite e dia eram o resultado do conflito entre os deuses, que precisavam dos sacrifícios humanos para que a vida tomasse seu curso.

A Virgem Maria, utilizando símbolos astecas em sua aparição, de modo algum, quis confirmar as práticas horrendas das crenças primitivas desses povos, mas, pelo contrário, quis mostrar que a vida humana inteira deve ser redimida pelo mistério salvífico de Jesus, sua morte na cruz e ressurreição. Acontece que a Virgem De Guadalupe apresenta-se grávida, carregando em seu ventre o Redentor, o Deus único, criador do universo, Aquele que tem a criação inteira sob os pés. Rei e Senhor também da vida humana. Deus simples, pequeno, humilde, embora Todo-Poderoso, que nasce não para subjugar os homens, mas para serví-lo, e como humilde servo do Amor, amar ao ponto da oferta total de si no sacrifício da cruz, o que viria a ser o último sangue derramado em expiação. Os inúteis sacrifícios astecas não tinham mais razão para existir diante do sacrifício derradeiro, definitivo. E a sucessão dos dias e das noites, o movimento de todo o universo, ganharia a cadência do sangue de Cristo derramado todos os dias no altar do Seu sacrifício, no Seu Corpo Eucarístico entregue generosamente a todos os homens.

A Virgem de Guadalupe nos mostra a profundidade que alcançou o mistério da encarnação, morte e ressurreição de Jesus Cristo, e a força de Sua obra de redenção sobre o gênero humano em sua integralidade, corpo, alma, razão, fé, cultura.
Que Nossa Senhora de Guadalupe nos conduza para Jesus!

Eduardo Martins

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