14/07/2017

A devoção a Nossa Senhora do Carmo

por Canção NOva

Conheça as origens da devoção a Nossa Senhora do Carmo e a sua importância na espiritualidade carmelitana Nossa Senhora do Carmo, na verdade, “Tu és a glória de Jerusalém; Tu és a alegria de Israel, tu és a honra de nosso povo” (cf. Jt 15,10), venerada não apenas pelos Carmelitas, mas também por uma imensa […]

Conheça as origens da devoção a Nossa Senhora do Carmo e a sua importância na espiritualidade carmelitana

Nossa Senhora do Carmo, na verdade, “Tu és a glória de Jerusalém; Tu és a alegria de Israel, tu és a honra de nosso povo” (cf. Jt 15,10), venerada não apenas pelos Carmelitas, mas também por uma imensa multidão de fiéis espalhados pelo mundo inteiro, como Rainha e formosura do Carmelo.

As origens da devoção a Nossa Senhora do Carmo

O culto sob essa invocação, que é prestado a Santíssima Virgem Maria, remonta às origens ordem Carmelita, cuja tradição o relaciona com a nuvem branca avistada do alto do monte Carmelo, enquanto o profeta Elias pedia insistentemente a Deus que desse fim a uma terrível seca. Nessa nuvenzinha, “pequena como a palma da mão” (1 Rs 18, 44), que subia do mar e rapidamente cobriu o céu com grandes e densas nuvens, ameaçando chuva abundante, foi reconhecida a figura da Santíssima Virgem, que, dando ao mundo nosso Senhor Jesus Cristo, foi portadora da água vivificadora da graça. “Ó nuvens, mandai o justo”, canta a Igreja no Advento, repetindo uma passagem do livro do profeta Isaías (45,8). A mística nuvem, que dá ao mundo o Salvador dos homens, é a Virgem de Nazaré, bendita e cheia de graça desde o primeiro momento da sua Imaculada Conceição.

Os seus filhos comprazem-se em atribuir a Nossa Senhora, em uníssono com a Liturgia, o cântico do Profeta: “Com grande alegria eu me rejubilarei no Senhor e meu coração exultará de alegria em meu Deus, porque me fez revestir as vestimentas da salvação. Envolveu-me com o manto de justiça, como um neo-esposo cinge o turbante, como uma jovem esposa se enfeita com suas joias” (Is 61,10). Essas palavras, que são como que um prelúdio do Magnificat (cf. Lc 1,46, 55), manifestam bem claramente o reconhecimento da Virgem Maria pelos privilégios com que Deus a adornou, preparando-a para ser a Mãe do Seu divino Filho. Na verdade, dela, como de um jardim maravilhoso, “o Senhor fará germinar a justiça” (Is 61,11), isto é, “Jesus Cristo, que, da parte de Deus, se tornou para nós sabedoria, justiça, santificação e redenção” (1 Cor 1,30).

A Santíssima Virgem não retém zelosamente para si somente os dons com que foi enriquecida, mas faz com que deles participem todos os homens: a todos entregou Jesus e a todos quer revestir com a sua “veste de triunfo” e a “túnica de justiça”, ou seja, da graça merecida pelo seu Filho Jesus Cristo. É este significado do escapulário de Nossa Senhora do Carmo, que é o hábito dos carmelitas, símbolo expressivo da sua ação maternal em favor de todos aqueles que professam sua devoção e a escolhem para sua padroeira especial.

Nossa Senhora como modelo de oração da ordem do Carmo

Os primeiros eremitas do Monte Carmelo, que construíram no meio de suas celas um oratório dedicado a Nossa Senhora, veneravam a Mãe de Deus como modelo da vida contemplativa e apostólica. A partir de então, a Virgem Maria do Monte Carmelo foi considerada como modelo e apelo luminoso de comunhão íntima com Deus e de compreensão amorosa dos divinos mistérios; isto em sintonia perfeita com o Evangelho, que tão frequentemente a apresenta em atitude orante. Na Anunciação do Anjo, na Visitação a Santa Isabel, no Natal de Jesus, na Apresentação de seu Filho no Templo ou quando O encontra entre os doutores da Lei, nas bodas de Caná, junto à cruz ou no Cenáculo, a Virgem Maria esteve sempre em oração.

Nossa Senhora escuta a Palavra de Deus ou canta Seus louvores, medita, “conservando todas as coisas em seu coração” (Lc 1,19), tudo o que via e ouvia de Jesus, ou então faz-Lhe ver, com extrema delicadeza, as necessidades alheias ou, também, pede o Espírito Santo para a Igreja nascente. A atitude orante da Virgem Maria representa, com evidência, o carisma do Carmelo, que, seguindo seus passos, situa a oração no centro da sua vida como meio essencial de união com Deus e de apostolado fecundo. Por essa razão, o Carmelo é todo mariano e contempla em Nossa Senhora o modelo e guia da sua vida de oração.

O carácter da oração da Virgem Maria, mais especialmente vivido e querido no Carmelo, é aquele que a contempla aos pés da Cruz, quando o Senhor Jesus agonizante a proclama Mãe dos homens, dizendo a São João e, nele, a todos os crentes: “Eis aí tua mãe” (Jo 19, 27). Naquele momento, a oração da Virgem das Dores alcança o ponto mais sublime da sua oblação: ela oferece seu muito amado Filho ao Pai pela salvação dos novos filhos, confiados aos seus cuidados e amor maternos. Na oblação do seu Filho, está incluída a sua própria oblação, porque ela está intimamente associada à Sua Paixão. Reviver a oração de Nossa Senhora significa acompanhar a própria oração com o sacrifício, até a transformar em oblação de si mesmo, em união com a da Mãe de Deus e o seu divino Filho. Essa oração que, tal como a da Virgem Maria, faz atrair o Espírito Santo sobre Igreja, suplica a graça e a salvação para toda a humanidade, dá verdadeiramente glória a Deus.

Oração a Nossa Senhora do Carmo

“Como foste familiar ao Senhor, ó Mãe nossa! Mereceste ser feita tão próxima, ou melhor, tão íntima! Quantas graças mereceste de Deus! Ele está em ti e tu n’Ele; viste-O e foste por Ele revestida. Viste-O com a substância da carne e Ele veste-te a glória da Sua majestade. Viste o sol através da nuvem e foste revestida de sol.

E agora, Mãe de misericórdia, humildemente prostrada a seus pés, como a luz, a Igreja pede-te, com devotíssimas súplicas que, pois foste constituída medianeira entre ela e o Sol de justiça, por aquele sinceríssimo afeto da tua alma, lhe obtenhas a graça de que, na tua luz, chegue a contemplar a luz desse Sol resplandecente que te amou verdadeiramente mais do que a todas as outras criaturas, e te adornou com as mais preciosas galas de glória, colocando na tua cabeça a coroa da formosura. Estás cheia de graça, cheia do celeste orvalho, sustentada pelo Amado e transbordante delícias. Senhora, alimenta hoje os teus pobres; os mesmos cachorrinhos também comem das migalhas que caem da mesa, dá-lhes de beber da tua copiosa hídria [vaso de água, cântaro] (S. Bernardo, De duodecim praerogativis B.V.M.).

Ó Maria, tu és o modelo das almas de vida interior, dessas criaturas que Deus escolheu para viverem dentro de si, no fundo do abismo sem fundo. Com quanta paz e recolhimento te submetias e prontificavas, ó Maria, a todas as coisas! E como até as mais vulgares ficavam por ti divinizadas, pois em todos os teus atos permanecias em adoração ao dom de Deus! Esta atitude não te impedia dedicar-te a outras atividades externas quando se tratava de praticar a caridade (S. Isabel da Trindade, 1.º Retiro, 10,1).

Ó Maria, Rainha das Virgens, és também Rainha dos Mártires. Mas a espada atravessou somente o teu coração, porque em ti tudo se realiza no interior… Oh! quão formosa apareces quando te contemplo no teu prolongado martírio! Quão serena e envolta numa espécie de majestade que revela, ao mesmo tempo, mansidão e fortaleza! Tinhas aprendido do próprio Verbo como devem sofrer aqueles que o Pai escolheu como vítimas e determinou associar à grande obra de redenção, aqueles que conheceu e predestinou para serem conformes à imagem do Seu Cristo, o Crucificado por amor.

Tu estás ali, de pé junto à cruz, com valor e fortaleza. É então quando o meu divino Mestre me diz: “Eis aí a tua mãe”. Assim dá-te mim como Mãe. Agora que Ele regressou para o Pai e me pôs em seu lugar sobre a cruz para que complete o que falta os sofrimentos de Cristo para a salvação do Seu corpo que é a Igreja, tu, Virgem Santa, permaneces a meu lado para me ensinar a sofrer como Ele, para fazer-me sentir e compreender os últimos acentos da Sua alma que, somente tu, podes compreender (S. Isabel da Trindade, 2.º Retiro, 15)”.

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