25/06/2015

A coragem de remar contra a corrente

por Pe. Daniel-Ange

Adolescência, juventude: é o tempo das experiências fortes. Então, faça esta experiência, entre todas exultante, do controle de si mesmo, da pureza. Consequentemente, da liberdade. Você é capaz. Você é maior do que pensa.

Adolescência, juventude: é o tempo das experiências fortes. Então, faça esta experiência, entre todas exultante, do controle de si mesmo, da pureza. Consequentemente, da liberdade. Você é capaz. Você é maior do que pensa.

Muitos a fazem. Eles estão orgulhosos e felizes com isso. A felicidade deles tem algo de resplandecente; em seu rosto há algo de luminoso; que não engana. Rapazes e moças magnificamente livres. Num mundo hiper erotizado, isso requer liberdade interior, a extraordinária coragem de dizer simplesmente: “Não, não transo com você porque o amo muito!”. Espanto-me ao ver tantos jovens que vivem nos colégios e universidades – onde quase todos os jovens mantêm relações sexuais –, ouso dizer, miraculosamente protegidos. Eles têm uma pureza que só pode ser dada pelo Senhor.

São testemunhos de vida precisamente por meio deste forte ato: a recusa, a qualquer preço, às provocações contra a pureza. Fala-se muito das crianças que se prostituem – perdão: que são prostituídas! –, dos jovens que transam. Quem fala daqueles – bem mais numerosos do que se pensa – que têm coragem de remar contra a corrente?

Penso em tantos jovens cristãos que dão testemunho de uma aliança de respeito mútuo.

Conheço jovens de uma universidade que se recusam a participar de jogos, no mínimo ambíguos, em eróticas discotecas. Crianças que, nos internatos, recusam o homossexualismo. Digo-lhes: são pequenos heróis. Santos em potencial. Preparados desde já para as mais violentas perseguições. São da mesma têmpera dos jovens de Uganda queimados vivos para não ceder ao rei pederasta. De uma Maria Goretti (Itália, 1910), de uma Carolina Kotska (Polônia, 1914), de uma Anuarita que teve o coração traspassado pela lança de um coronel ao qual ela não queria se entregar (Zaire, 1962). João Paulo II a canonizou, em nome de tantas outras.

Penso em muitas ex-prostitutas, agora consagradas a Deus e realizadas. Em tantas mulheres que, para viver, precisaram vender o próprio corpo e que, depois, o confiaram para sempre ao Senhor. Para Deus, ninguém está longe demais. Para ele, nunca alguém está muito sujo, muito ferido ou desgarrado.

No momento atual, a pureza, como a não-violência, é uma das mais fortes contestações, num mundo fechado em si mesmo e por essa razão condenado à asfixia espiritual. Ela é respiração a plenos pulmões num mundo que está sufocado.

Para nós, jovens ocidentais, constantemente assediados pela publicidade inescrupulosa, é heroísmo permanecer casto. O heroísmo é a verdadeira resposta ao erotismo. Às nossas tristezas, é necessário um acréscimo de ternura. À nossa fragilidade, é necessário um acréscimo de força. Aos meios satânicos ativados para nos corromper, é necessário o Espírito de Deus! Precisamos da Igreja de Deus! Precisamos saber quem somos! Precisamos ser quem somos!

Com esse povo de esperança, abra-se o amanhã. Aproxime-se dos pelotões de vanguarda. Posicione-se em direção ao futuro!

Transcrito de: Ange, Daniel. Teu corpo feito para o amor. São Paulo: Loyola, 1995, pp. 36-37.

Por Pe. Daniel-Ange

Formação: Janeiro/200

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