11/06/2020

2° DIA DO TRÍDUO A SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA (Quinta-feira)

por Boa Semente

1 – SINAL DA CRUZ.   2 – VINDE ESPÍRITO SANTO.   3 – ORAÇÃO INICIAL. “Ó Espírito Santo, que é amor do Pai e do Filho, se digne cobrir com a sua caridade a multidão dos nossos pecados. A ele é devida honra e glória pelos séculos dos séculos. Assim seja.” (Santo Antônio de […]

1 – SINAL DA CRUZ.

 

2 – VINDE ESPÍRITO SANTO.

 

3 – ORAÇÃO INICIAL.

“Ó Espírito Santo, que é amor do Pai e do Filho, se digne cobrir com a sua caridade a multidão dos nossos pecados. A ele é devida honra e glória pelos séculos dos séculos. Assim seja.” (Santo Antônio de Pádua).

 

4 – O QUE DIZ A IGREJA SOBRE SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA.

Sisto V, na sua Bula Apostólica de 14 de janeiro de 1486, deixou escrito: “O bem-aventurado Antônio de Lisboa foi homem de exímia santidade (…) e cheio também de sabedoria divina”.

 

5 – MEDITAÇÃO COM SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA.

2° PARTE DO: SERMÃO DO DOMINGO DA SEXAGÉSIMA.

PARÁBOLA DO SEMEADOR: Mateus 13, 1-9, Marcos 4, 3-9 e Lucas 8, 4-8.

(continuando)

 

5. Segue acerca da semente: A semente é a palavra de Deus (44). Dela escreve Salomão nas Parábolas (45): De manhã lança à terra a tua semente. De manhã, isto é, no tempo da graça, que afasta as trevas do pecado. Ó pregador, lança à terra a tua semente da palavra; a tua, sito é, a que te foi confiada. E vê quão devidamente a palavra de Deus se diz semente. Assim como a semente deitada na terra germina e cresce – primeiramente, como diz o Senhor em S. Marcos (46), produz a erva, depois a espiga e por último o trigo maduro na espiga – também a palavra de Deus, semeada no coração do pecador, primeiramente produz a erva da contrição (47).

De que se lê no Gênesis (48): Produza a terra, isto é, o espírito do pecador, a erva verde da contrição; depois, a espiga da confissão (49), que se levanta ao alto pela esperança de se ver perdoado; por último, o trigo maduro da satisfação (50), de que fala o Profeta (51): Os vales, isto é, os penitentes humildes, abundarão do trigo da satisfação perfeita, de modo que a pena corresponda à culpa (52). Com razão, pois, se diz: Saiu o semeador a lançar a sua semente.

 

6. Mas porque nem todos possuem a fé, e nem todos obedecem ao Evangelho (53), por isso segue: E quando lança a semente, uma parte caiu junto do caminho e foi calcada aos pés e as aves do céu comeram-na (54). E o primeiro compartimento na arca de Noé foi a esterqueira. O caminho calcado aos pés, portanto, e a esterqueira significam os luxuriosos.

Daí o dito de Salomão nas Parábolas (55): A prostituta assemelha-se ao esterco no caminho. E Isaías (56) impropera o luxurioso: Puseste o teu corpo como a terra e como o caminho para os transeuntes, isto é, para os demônios (57), que ao passarem conculcam a semente para que não germine (58). Por isso, diz Isaías noutro lugar (59): Será pisada aos pés a coroa de soberba dos bêbados de Efraim.

Efraim interpreta-se fértil (60) e significa a abundância dos bens temporais. Os bêbados são os luxuriosos, inebriados com o cálix de ouro de Babilônia, isto é, da abundância temporal; a coroa de soberba é o pensamento altivo no coração impuro. Este é pisado aos pés dos demônios, quando desde o pensamento do coração impuro chega até à embriaguez da luxúria; e, desta forma, na terra maldita não pode germinar a semente do Senhor.

Também os próprios demônios se chamam aves, por causa da soberba (61), do céu, isto é, do ar, em que habitam (62). Eles comem e arrebatam a semente do coração do luxurioso, para que não frutifique. Donde Oséias (63): Os estranhos, isto é, os demônios, comeram a sua força, que é a virtude da palavra divina. Não se diz que tivesse caído no caminho, mas junto do caminho, porque o luxurioso não recebe a palavra dentro do ouvido do coração, mas passa-lhe levemente junto do ouvido do corpo, como se fora mero som.

Estes são os compartimentos da esterqueira, que apodreceram como jumentos no seu esterco (64), dos quais diz o Salmo (65): Foram destruídos em Endom, que se interpreta fogo de geração (66), ou seja, foram destruídos no ardor da luxúria; tornaram-se como esterco da terra. Deste esterco geram-se quatro vermes: a simples fornicação, o adultério, o incesto, o pecado contra a natureza. A simples fornicação, solteiro ou solteira, é pecado moral; e fornicação significa morte da forma, morte da alma, formada à semelhança de Deus.

O adultério é uma espécie de aproximação ao tálamo de outrem. O incesto é o abuso de consanguíneas ou afins (67). Há pecado contra a natureza quando de qualquer modo se derrama sêmen fora da matriz da concepção, isto é, fora do útero da mulher. Todos estes são caminho conculcado pelo demônio e esterqueira. E por esta causa, a semente da palavra divina desaparece neles, e o diabo arrebata o que fora semeado.

 

7. Segue: e outra caiu em lugar pedregoso; e uma vez nascida secou, porque lhe faltava umidade (68). E o segundo compartimento na arca de Noé foi o armazém. A pedra e o armazém significam os falsos religiosos: pedra, porque se gloriam da excelência da sua religião; armazém, porque vendem as mercadorias da sua vida pelo dinheiro do louvor humano. Diga-se portanto: e outra caiu sobre terreno pedregoso. Dele fala o profeta Abdias (69), improperando o religioso soberbo: A soberba do teu coração elevou-te, a ti que habitas nas fendas do rochedo.

Soberba (70) vem de super (sobre) e de eo, is (ir); e o soberbo como que caminha sobre si. A soberba do teu coração, ó religioso, elevou-te, isto é, levou-te para fora de ti, para que vãmente, caminhasses sobre ti, tu que habitas nas fendas do rochedo. A pedra é qualquer religião da Igreja. Dela escreve Jeremias (71): Nunca faltará neve nos penhascos do campo. O campo é a Igreja; o penhasco do campo é a religião fundada sobre o rochedo da fé.

A neve é a alvura do entendimento e do corpo, que não deve nunca abandonar a religião. Mas, ai! ai!, quantas fendas, quantos cismas, quantas divisões e dissensões existem no rochedo, isto é, na religião! Se a semente da palavra divina cair sobre ela, não frutifica, porque não possui a umidade da graça do Espírito Santo, que habita, não nas fendas da discórdia, mas na mansidão da unidade. Entre eles, escreve S. Lucas (72), havia uma só alma e um só coração. Na religião há fendas, de verdade, porque há contenda no capítulo, dissonância no coro, murmuração no claustro, gastrimargia (73) no refeitório, petulância da carne no dormitório.

Com muita razão, pois, diz o Senhor: E outra caiu sobre terreno pedregoso e uma vez nascida secou, porque, como escreve S. Mateus (74), não tinha raiz, ou seja, humildade, raiz de todas as virtudes (75). Disto abertamente se conclui que a fenda da religião se abre com um coração soberbo. A religião não pode produzir fruto, porque não tem em si a raiz da humildade.

Tal religião é o armazém; de fato, depois das dissidências internas, procuram os louvores externos. Com efeito, na praça pública, os falsos religiosos vendem, como se fossem comerciantes, gêneros sofísticos; sob o hábito religioso e à sombra de falso nome apetecem ser louvados, revestem certo fingimento pessoal de perfeição junto dos homens; querem parecer santos, mas não o querem ser.

Infelizmente, a religião, que devia conservar as mercadorias das virtudes, os aromas dos costumes, é destruída e transforma-se em armazém público. Daí, a deploração de Joel (76): Foram demolidos os celeiros, isto é, os claustros dos cônegos, arruinados os armazéns, isto é, as abadias dos monges, porque se perdeu o trigo.

No trigo, alvo no interior e avermelhado na casca, significa-se a caridade, que mantém a pureza para consigo e o amor para com o próximo. Por isso, este trigo perdeu-se, por ter caído sobre terreno pedregoso; e uma vez nascido secou, porque não ter raiz da humildade nem a humildade da graça septiforme. Daqui se deduz que da perda do trigo, isto é, da falta de caridade, se destrói o armazém de toda a religião.

 

8. Segue: e outra caiu entre espinhos; e cresceram ao mesmo tempo e sufocaram-na (77). E no terceiro compartimento na arca de Noé foi o dos animais ferozes. Vê quão bem concordam os espinhos e os animais ferozes, que simbolizam os avarentos e os usurários: espinhos, porque a avareza seduz, fere e faz sangue; animais ferozes, porque a usura arrebata e estrangula. Diz, por isso, o Senhor: E outra caiu entre os espinhos, os quais, como Ele mesmo glossa, são as riquezas (78), que seduzem o homem e o retardam.

Para que Pedro, seduzido por elas, não fosse retardado, diz ao Senhor: Eis que nós deixamos tudo e te seguimos (79). Comentário de S. Bernardo (80): Procedeste retamente, Pedro, pois carregado não podias seguir o corredor.

Os espinhos também ferem. Donde Jeremias (81): O Egito é um novilha elegante e formosa; do Aquilão virá quem a aguilhoe. O Egito, que se interpreta trevas (82), é o avarento, rodeado das trevas da ignorância. Chama-se-lhe novilha por dois motivos: a lascívia da carne a instabilidade do entendimento; é elegante, por causa da multidão dos filhos e dos vizinhos; é formosa, por causa da posse de propriedades e beleza de vestidos.

Do Aquilão vem o diabo, que aguilhoa esta novilha. Da parte do Aquilão, na frase de Jeremias (83), manifesta-se todo o mal; e com o aguilhão da avareza espicaça-a, a fim de correr por aqui e por acolá a ajuntar espinhos, isto é, riquezas. Sobre eles escreve Isaías (84): Os espinhos reunidos serão queimados pelo fogo.

O espírito fere e ferindo faz sangue (85): Toda a alma, diz Moisés (86), existe ou vive no sangue; o sangue da alma é a virtude, em que vive a alma. O avarento perde, portanto, a vida da alma, isto é, a virtude, quando deseja reunir riquezas. Donde a afirmação do Eclesiástico (87): Não há coisa mais iníqua do que amar o dinheiro. Ele despoja-se em sua vida das próprias entranhas, isto é, das virtudes (88).

Sobre isto acrescenta o Senhor: E cresceram ao mesmo tempo os espinhos e sufocaram-na. Daí a palavra de Oséias (89): Sobre os seus altares crescerão a lapa e os abrolhos. A lapa é uma erva que se apega aos vestidos (90); os abrolhos, de tribulo, tribulas (atribular), chamam-se assim, porque atribulam quando ferem. A lapa, portanto, e os abrolhos, para o homem, são as riquezas, que se lhe apegam quando passa e o atribulam. Crescem sobre os seus altares, isto é, sobre os corações dos avarentos, em que deve oferecer-se a Deus um sacrifício, a saber, o espírito contribulado (91). E sufocam a semente da palavra de Deus e o sacrifício do espírito contribulado.

 

(continua amanhã)

 

6 – LADAINHA DE SANTO ANTÔNIO.

Senhor, tende piedade de nós.

Cristo, tende piedade de nós.

Senhor, tende piedade de nós.

 

Jesus, ouvi-nos Jesus, ouvi-nos.

Jesus, atendei-nos Jesus, atendei-nos.

Deus Pai celestial, tende piedade de nós.

 

Deus Filho, Redentor do mundo, tende piedade de nós.

Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.

Santíssima Trinidade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.

 

Santo Antônio de Pádua, rogai por nós.

Santo Antônio, íntimo amigo do Menino Deus, rogai por nós.

Santo Antônio, Servo da Mãe Imaculada, rogai por nós.

Santo Antônio, fiel Filho de São Francisco, rogai por nós.

Santo Antônio, homem da santa oração, rogai por nós.

Santo Antônio, amigo da pobreza, rogai por nós.

Santo Antônio, lírio de castidade, rogai por nós.

Santo Antônio, modelo de obediência, rogai por nós.

Santo Antônio, amante da vida oculta, rogai por nós.

Santo Antônio, depreciador da glória humana, rogai por nós.

Santo Antônio, rosa de caridade, rogai por nós.

Santo Antônio, espelho de todas as virtudes, rogai por nós.

Santo Antônio, sacerdote segundo o Coração do Altíssimo, rogai por nós.

Santo Antônio, imitador dos apóstolos, rogai por nós.

Santo Antônio, mártir de desejo, rogai por nós.

Santo Antônio, coluna da Igreja, rogai por nós.

Santo Antônio, amante cuidadoso das almas, rogai por nós.

Santo Antônio, propugnador da fé, rogai por nós.

Santo Antônio, doutor da verdade, rogai por nós.

Santo Antônio, batalhador contra a falsidade, rogai por nós.

Santo Antônio, arca do testamento, rogai por nós.

Santo Antônio, trombeta do Evangelho, rogai por nós.

Santo Antônio, Apóstolo dos pecadores, rogai por nós.

Santo Antônio, extirpador dos crimes, rogai por nós.

Santo Antônio, reabilitador dos criminosos, rogai por nós.

Santo Antônio, reformador dos procedimentos, rogai por nós.

Santo Antônio, conquistador dos Corações, rogai por nós.

Santo Antônio, auxílio dos aflitos, rogai por nós.

Santo Antônio, terror dos demônios, rogai por nós.

Santo Antônio, ressuscitador dos mortos, rogai por nós.

Santo Antônio, restituidor das coisas perdidas, rogai por nós.

Santo Antônio, glorioso taumaturgo, rogai por nós.

Santo Antônio, santo do mundo inteiro, rogai por nós.

Santo Antônio, Glória da Ordem dos Menores, rogai por nós.

Santo Antônio, alegria da corte celestial, rogai por nós.

Santo Antônio, amável patrono nosso, rogai por nós.

 

Cordeiro de Deus que tiras os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.

Cordeiro de Deus que tiras os pecados do mundo, escutai-nos, Senhor.

Cordeiro de Deus que tiras os pecados do mundo, tende piedade de nós.

 

Rogai por nós Santo Antônio de Pádua.

Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

 

Oremos
Alegre, Senhor Deus, a tua Igreja a solenidade votiva de Santo Antônio, confessor e doutor, para que sempre se encontre fortalecida com socorros espirituais e mereça alcançar as alegrias eternas.

 

7 – ORAÇÃO FINAL.

“Rogamos-te, pois, Senhor Jesus, que nos faças terra boa, capaz de receber a semente da tua palavra e produzir fruto digno de penitência, para que possamos viver eternamente na tua glória. Auxilia-nos, tu que és bendito por séculos de séculos. Assim seja.” (Santo Antônio de Pádua).

 

Santo Antônio de Pádua, rogai por nós!

Deus te abençoe e Maria te guarde!

 

Antônio Gomes

Formador (Consagrado na dimensão de Aliança) da Comunidade Mariana Boa Semente

Missão Quixeramobim (Sede)

Fonte: SANTO ANTÔNIO DE LISBOA. Obras Completas. Sermões Dominicais e Festivos (Volume 1).

 

Introdução, tradução e notas por Henrique Pinto Rema.
Lello e Irmão Editores, Porto, 1987; págs 37-53.

 

44.Lc 8, 11.
45.Ecle 11, 6.
46.Mc 4, 28 (Vg. primum…).
47.Cf. Glo. Ord e Int., ibidem.
48.Gen 1, 11.
49.Cf. Glo. Ord e Int., Mc 1, c.
50.Cf. Glo. Ord e Int., ibidem.
51.Sl 64, 14; cf. Glo. Ord., ibi.
52.Cf. P. LOMB., Sent. IV, dist 16, 2, p. 840.
53.Rom 10, 16 (Vg. muda).
54.Lc 8, 5.
55.Cf. Ecli 9, 10 (Vg. ajunta).
56.Is 51, 23.
57.Glo. Int., ibidem.
58.Cf. Lc 8, 12.
59.Is 28, 3.
60.Cf. Glo. Int., Gen 41, 52.
61.Cf. GREG., Moralium XIX, 1, 2, PL 76, 95-96.
62.Cf. Glo. Ord., Lc 8, 5.
63.Os 7, 9 (Vg. Comederunt alieni…).
64.Joel 1, 17.
65.Sl 82, 11.
66.Glo. Ord.,Sl 82, 9.
67.P. LOMB., Sent. IV, dist 41- 7-8, p. 986.
68.Lc 8, 6.
69.Ab 1 3 (Vg… in scissuris petrarum.).
70.Cf. GREG., Moralium XIX, 1, 2, PL 76, 96.
71.Cf. Jer 18, 4.
72.Atos 4, 32 (Vg. muda).

73.A mesma palavra, mas a principiar por c, aparece no sermão do quarto domingo depois de Pentecostes. Significa ela a concuspiscência da gula. O original grego utilizado pelo Santo é mais expressivo.

74.Mt 13, 6 (Vg. non habebant…).
75.BERN., In die Paschae sermo 3, PL 183, 275.
76.Joel 1, 17.
77.
78.Cf. Lc 8, 14; Mt 13, 22.
79.Mt 19, 27.
80.O texto não é de S. Bernardo, sim do Abade GODOFREDO, a quem pertence a autoria de Declamationes 2, PL 184, 438.
81.Jer 46, 20 (Vg. muda).
82.Glo. Ord., Is 19, 1.
83.Jer 1, 14.
84.Is 33, 12 (Vg… igni…).
85.Cf. GREG., In Evangelia homilia 15, 1, PL 76, 1131.
86.Cf. Lev 17, 14.
87.Ecli 10, 10.
88.Ecli 1. c. e Glo. Int., ibidem.
89.Os 10, 8 (Vg. ajunta).
90.Cf. ISID., Etym., XVII, 9, 66, PL 82, 631.
91.Sl 50, 19.

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